sexta-feira, 30 de maio de 2014

Uma armação primária e pueril




Carlos Chagas
Já imaginaram um urso polar obrigado a viver no deserto do Saara? Ou um camelo transferido para o Polo Norte?
Caso Aécio Neves calçasse chuteiras, tornozeleiras e meiões, entrando no gramado do Maracanã junto com a seleção brasileira, faria um papelão se escalado para centro-avante. Da mesma forma, e com todo o respeito, não dá para entender o Ronaldo Fenômeno dizendo-se envergonhado com o atraso nas obras da copa e, por conta disso, declarar seu apoio a Aécio Neves. Quem pertence ao futebol geralmente se desmoraliza ao tentar a política. E vice-versa, apesar das exceções possíveis, lá e cá. Raphael de Almeida Magalhães, vice-governador da Guanabara era um excelente meio-campista, assim como Romário, um razoável deputado.
Dessa grotesca incursão do Ronaldo Fenômeno na política há uma lição a tirar: não se deve entrar em atividade para a qual não se está
preparado. O grande craque de tempos atrás daria um excelente
treinador ou comentarista esportivo. Mas cabo-eleitoral do candidato
tucano, jamais. Quantos votos ele terá carreado para Aécio Neves?
Todo cidadão tem o direito de externar suas opiniões a respeito dos
assuntos que bem entender. Só que se desmoraliza quem publicamente atropela questões alheias à sua natureza.
Ainda mais dentro de uma armação pueril e primária como a que assistimos esta semana: “as obras da copa atrasaram, por isso deve-se votar em Aécio Neves?” Depois, concluem que marqueteiros não fazem falta nas campanhas…

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