247 – Acusado de ter atuado em favor da Odebrecht
junto ao presidente da Namíbia em 2009, o ex-presidente Lula rebateu,
por meio da assessoria de imprensa do instituto que leva seu nome, os
jornais que noticiaram o caso criminalizando o gesto do ex-presidente.
"PR fez lobby" eram os títulos das reportagens dos jornais O Estado
de S. Paulo e O Globo nesta terça-feira, uma frase que teria sido
escrita pelo ex-ministro do Desenvolvimento durante o governo Lula,
Miguel Jorge, em um e-mail enviado a dois executivos da Odebrecht.
A declaração fazia referência a um encontro entre Lula e Hifikepunye
Pohamba, então presidente do país africano, recebido no Itamaraty para
um almoço em fevereiro daquele ano. O e-mail foi apreendido durante a
fase Erga Omnes, da Operação Lava Jato, e, segundo a Polícia Federal, a
frase faz "provável referência" a Lula.
Em nota, a assessoria do ex-presidente afirmou: "Em seus dois
mandatos, Lula chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em
viagens por todos os continentes. A diplomacia presidencial contribuiu
para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que
passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso
representou a criação de milhões de novos empregos no Brasil."
O texto prossegue, com críticas à mídia: "Só uma imprensa cega de
preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente
por ter trabalhado por seu país e seu povo." Para a assessoria do
Instituto Lula, "há uma repetitiva, sistemática e reprovável tentativa
de alguns órgãos de imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a
atuação lícita, ética e patriótica do ex-presidente na defesa dos
interesses nacionais, atuação que resultou em um governo de grandes
avanços sociais e econômicos, com índices recorde de aprovação."
"Temos a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do
ex-presidente Lula, antes, durante e depois do exercício da Presidência
do país, e da sua atuação pautada pelo interesse nacional", conclui o
texto.
Ao comentar o caso ontem, o ex-ministro Miguel Jorge defendeu que
fazer lobby para as empresas do país é papel dos chefes de Estado e
ministros. "A primeira visita da rainha da Inglaterra ao Brasil nos anos
70 foi especificamente para vender aviões ingleses, de uma empresa que
depois foi uma das que formaram a Airbus. Acho que esse é o papel dos
governantes, de realmente se esforçarem para ter um comércio exterior
maior para os seus países", lembrou.
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