sexta-feira, 5 de junho de 2015

Renata vetou fusão PPS e PSB


De Marisa Gibson, na coluna de hoje no Diario

Não fosse a interferência de Renata Campos, o PSB de São Paulo teria tido condições de selar a fusão com o PPS, independentemente de qualquer resultado da reforma política aprovada na Câmara dos Deputados, e retirando de Pernambuco uma boa parcela do poder sobre o comando nacional do partido. A “abulia e inexperiência da turma de Pernambuco”, que acordou tarde demais para a gravidade da questão e o avanço seguro de Márcio França, vice-governador de São Paulo e dirigente do PSB daquele estado, fez com que Renata, viúva do ex- governador Eduardo Campos, entrasse no processo.

E, após conversa recente com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ela puxou o freio de mão e o processo da fusão recuou. Essa é a versão que prevalece nos gabinetes socialistas em Brasília. E, pelo recuo, Márcio França, “que foi com muita sede ao pote”, deve ter sentido que, assim como o PSB de Pernambuco não comanda o partido sem a anuência do PSB de São Paulo, os paulistas também não terão o controle da legenda sem uma boa vizinhança com os pernambucanos.
Se fossem adiante, França e seus seguidores, entre os quais o senador Fernando Bezerra Coelho, estariam, digamos assim, “profanando” a memória de Eduardo. Essa fama, claro, ninguém quer. Agora, passando para o lado de cá, ficou claro que a ambição dos socialistas pernambucanos, que trabalharam inclusive para  comandar nacionalmente o partido, com uma postulação do prefeito Geraldo Julio, não corresponde à habilidade política exigida para o trato de questões nacionais. Ainda têm muito o que aprender.

Como se sabe, numas das reuniões da executiva nacional, o governador Paulo Câmara, vice-presidente do partido, e Geraldo Julio, secretário-geral, “entraram mudos e saíram calados”. Enfim, esse é apenas o primeiro round da disputa pelo controle nacional do PSB, que culminou com o encontro do governador Paulo Câmara com Márcio França, em São Paulo, nesta semana, quando colocaram novos pingos nos is da fusão. Agora é aguardar os próximos passos. 

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