segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Aéreas investem em salas VIPs. Foi-se o tempo em que voar era para pobre também

salavip

A turma que reclamava que os aeroportos tinham perdido o “glamour” tem todos os motivos para estar feliz.
Além da crise já ter espantado 6 milhões de passageiros – claro que os mais pobres – dos aeroportos, as empresas aéreas agora apostam é no público VIP, aquela “gente diferenciada”.
Leia só o que publica O Globo:
Comer em louça importada, beber vinho e whisky à vontade ou tirar um cochilo em cama queen size antes de viajar. Os mimos são alguns dos serviços que estão sendo oferecidos em salas VIPs recém-inauguradas nos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Guarulhos, em São Paulo. Oito salas abriram as portas nos últimos seis meses — três delas em dezembro, no terminal carioca. Uma aposta das companhias aéreas no público classe A, num momento em que a demanda por voos domésticos cai há 16 meses seguidos e as empresas acumulam prejuízos bilionários.No início do mês, a Gol inaugurou uma de suas salas na área de embarque internacional do terminal 2 do Galeão — outra será aberta em 2017, no embarque doméstico, e mais duas iniciaram operação em Guarulhos este ano. O ponto forte dos lounges é a alimentação. Além das massas, há variedade de petiscos, que vão de minipizzas e barquetas recheadas a bruschetas.
E vá tirando o seu cartão de embarque da chuva se você pensa que qualquer passageiro pode entrar. É só passageiro com aqueles cartões de milhagem “top de linha” e para  os que têm passagem de primeira classe.
Bem, pagando, todo mundo pode, mas o preço é nas nuvens:  US$ 50 (Gol) a US$ 70 (Star Alliance). Ou de R$ 165 a R$ 231. Ou quase o preço de quem compra passagem na promoção, com bastante antecedência.
E o diagnóstico está na boa matéria das repórteres Danielle Nogueira e Regina Scrivano:
Para Jorge Leal, professor de Transporte Aéreo da Escola Politécnica da USP, o investimento nas salas VIP faz parte da estratégia das companhias aéreas de focar na classe executiva e na parcela da população “mais abastada”, num momento em que a redução da oferta de voos pelas aéreas tende a elevar os preços das passagens. Isso deve afastar ainda mais os passageiros que já estão deixando de viajar de avião devido à crise econômica, numa espécie de re-elitização do transporte aéreo que, nos últimos anos, havia ganho novos passageiros, com a queda do preço médio do bilhete e o aumento da renda.
— Quem viaja a negócios e quem pertence às classes mais abastadas são menos afetado pela crise e pela alta das passagens.
O Miller Fernandes, cruel frasista, bem que  dizia, povo também é VIP: Very Insignificant Poor.

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