Alguém precisa, com todos os riscos que isso traz na fragilíssima ordem jurídica do Brasil, começar a falar português claro.
E se o juiz Sérgio Moro quiser agir como um moleque, merecerá que seja respondido como a um moleque.
Que diabos têm a ver com o caso da
corrupção na Petrobrás – que é o “pedaço” jurídico de Sua Excelência
– com a natureza dos bens que compõem o acervo pessoal de Lula na
Presidência com a Petrobras?
Qual é a ligação da estatueta dada
pelo Sultão do Benin (o Benin tem sultão?) a Lula ou a carta da dona
Josefa, de Quixeramobim com o cartel das empreiteiras?
Nenhuma, a não ser o desejo mórbido de dizer que “Lula roubou”.
Sérgio Moro vai agir como uma
“patroa” que manda revistar a bolsa da empregada, achando que esta, uma
“pobre”, “ignorante” e sem valores morais deve, claro, ter roubado algum
talher da mansão?
Vai-se fazer a mesma investigação
sobre o acervo de Fernando Henrique, que igualmente inclui – aliás, por
definição de um decreto dele próprio, FHC – objetos presenteados como
parte do acervo pessoal de um ex-presidente?
As atitudes de Sérgio Moro se tornaram escandalosas.
É o “staff” de temer que irá definir
o que é ou não parte do acervo, ou será que alguém é tolo o suficiente
para achar que foi Lula quem selecionou, pessoalmente, o que ia e o que
não ia na mudança?
Qual seria a vantagem auferida por
Lula, ainda que possa haver discussão sobre se tal ou qual objeto
deveria ser acervo presidencial ou patrimônio estatal?
Acaso Lula montou uma banquinha em Santo Amaro para vender as quinquilharias?
Saiu apregoando; “olha freguesa,
veja que maravilha essa adaga do Skeik de Agadir, uma pechincha, toda
cravejada de pedras, por apenas 99 reais?”
E quando chegava o “rapa”, juntava tudo na lona , guardava numa portinha e ficava assobiando, como se nada tivesse acontecido.
O problema, porém, não é Moro ter perdido a noção do ridículo.
É não haver, na elite jurídica e midiática deste país mais nenhuma noção do ridículo.
Se o doutor Moro quiser me processar pelo que digo, esteja à vontade.
Mas não há nada de tão caro que ele
possa me tomar que não valha a pena perder para poder dizer que um juiz
tem de se dar ao respeito.
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