O
arquivo de Cunha atingiria especialmente grandes empresas do país que
teriam negociado com ele benefícios na Câmara dos Deputados e em setores
do governo. E que teriam participado de encontros com a cúpula do PMDB,
inclusive com Michel Temer. Um desses encontros até já veio a público,
na Operação Lava Jato. Cunha organizou reunião entre a empreiteira
Andrade Gutierrez e o então vice-presidente Temer. O tema: contribuição
para campanha eleitoral do PMDB. Temer já disse que a ajuda financeira
foi legal.
A prioridade de Cunha (PMDB-RJ) passa a ser agora livrar sua mulher, Claudia Cruz, da prisão.
Cunha
estaria convencido de que o Ministério Público Federal dificilmente
concordará em dar a ele os benefícios da delação premiada, como cumprir a
pena fora da prisão. Mas poderia concordar em aliviar eventual condenação de Claudia Cruz caso ele decida abrir a boca e contar o que sabe aos procuradores.
Apesar
de contrariado com o governo Temer, Cunha não pretende transformá-lo na
bola da vez, segundo interlocutores. Pode bater no presidente, mas um
de seus alvos principais passaria agora a ser também o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). (De Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo)
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