quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A hora do tiro ao alvo









Carlos Brickmann
As pesquisas que mostram o crescimento de Marina Silva liquidaram de vez a gentileza dos adversários. Agora, para Dilma e Aécio, é hora do jogo bruto. No segundo turno há duas vagas, disputadas por três candidatos. E dois deles acham que Marina é que deve sobrar.

Aécio até prefere livrar-se de Dilma, mas sabe que esta missão é quase impossível. Dilma acha que, se Marina for ao segundo turno contra ela, terá o apoio de Aécio; e acha também que, se Aécio for ao segundo turno, não terá certeza do apoio de Marina. Em 2010, Marina, com quase 20 milhões de votos, preferiu a neutralidade e foi para casa, largando Serra sozinho. Por que não repetir a dose?

Só resta saber quem será o primeiro a atirar em Marina. Dilma a detesta, mas pode esperar que ela e Aécio se desgastem. Aécio é mais conciliador e gostaria de aproveitar a briga sem entrar nela. Mas, de qualquer modo, o marido de Dilma, até agora um discreto militante muito próximo do PT, será chamado ao ringue. A discussão em torno do dono do jatinho que caiu, dos recursos usados para comprá-lo, da maneira como foi cedido ao candidato, já é o início da campanha para desconstruir também Eduardo Campos. Serão acusações verdadeiras?

Não importa: como dizia o estadista alemão Otto von Bismarck, nunca se mente tanto como depois da pescaria, durante a guerra e antes da eleição. Se a verdade estiver por perto, que venha armada. E se proteja, porque ninguém gosta dela.

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