segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O terrorismo em Paris

Por: *Maurílio Ferreira Lima
Sentindo-se desmoralizados por não ter evitado o horror dos atentados terroristas, os poderosos serviços de segurança franceses buscam aprofundar as investigações para identificar os responsáveis.
Diferente dos primeiros atentados que vitimou jornalistas do jornal CHARLIE HEBDO, os terroristas não foram mortos nos locais dos atentados pelas forças de segurança ou posteriormente em cerco, o que permitiu a recuperação dos corpos e a identificação dos criminosos.
Desta vez, os terroristas que atacaram a casa de show BATACLAN e o estádio aonde, com a presença do presidente da França, François Hollande, as seleções de futebol da França e da Alemanha se confrontavam, portavam cintos com explosivos e se explodiram, destruindo os seus corpos.
Assim mesmo, a inteligência da SEGURANÇA NACIONAL recolheu todo material encontrado na casa de show, bem como objetos que permitiram identificar os culpados.
Um dedo e um resto de passaporte sírio foram muito importantes. Foi possível recuperar as digitais do dedo e o passaporte sírio foi usado na GRÉCIA por um refugiado sírio que recebeu asilo na ALEMANHA.
Outra pista importante foi um carro alugado na BÉLGICA. Foram presos os que utilizaram esse veículo. Todos os identificados eram franceses de nascimento, mas tinham nomes árabes e fazem parte dos dois milhões de franceses de origem árabe e originários dos antigos harkis.
Em 1962, depois de sangrenta guerra, a ARGÉLIA (então colônia da França), conquistou a independência mas surgiu um enorme problema. Milhares de argelinos muçulmanos apoiaram os franceses durante a guerra e se fossem pegos pela Frente Nacional Argelina, vencedora da guerra, seriam sumariamente degolados.
Em 48 horas, em 1962, 400 mil argelinos, considerados traidores, usando todo tipo de embarcação, atravessaram o MEDITERRÂNEO e a FRANÇA não tinha saída, a não ser acolhê-los. PASSARAM A SER CHAMADOS DE HARKIS.
A taxa de natalidade dos franceses é de 1,8, mas a taxa de natalidade da comunidade argelina de HARKIS é de 8,1. Os 400 MIL SÃO HOJE CERCA DE 2 MILHÕES E MEIO e, com a COMUNIDADE EUROPEIA dispondo de passaportes franceses, têm livre trânsito em todos os países europeus.
Todos vivem na periferia de Paris, não se sentem franceses nem europeus, são altamente discriminados, vítimas de racismo e com uma taxa elevadíssima de desemprego. Frequentam as mesquitas mais radicais, criam grandes distúrbios na periferia parisiense e muitos se envolvem em terrorismo. É um problema político sem solução.
*Maurílio Ferreira Lima é ex-deputado federal pelo PMDB.

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