247 - Empreiteiras
envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras também foram acusadas
pelo Ministério Público Federal de terem superfaturado o metrô de
Salvador em 1999, maior obra da gestão do atual vice-presidente da CPI
da Petrobras, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), à época prefeito da
capital baiana.
O TCU (Tribunal de Contas da União)
detectou sobrepreço de ao menos R$ 166 milhões, em valores da época, e
responsabilizou gestores indicados por Imbassahy, além das empresas
envolvidas, as mesmas que agora serão investigadas pelo tucano na CPI.
Inaugurado no ano passado, o metrô
de Salvador tem 7,5 km de extensão, levou 14 anos para ficar pronto e
consumiu mais de R$ 1 bilhão.
As irregularidades nas obras levaram
o Ministério Público a mover duas ações --que acabaram suspensas porque
o Superior Tribunal de Justiça considerou ilegais grampos telefônicos
da Operação Castelo de Areia e derrubou o caso. O Ministério Público,
porém, recorre no Supremo Tribunal Federal.
As obras do metrô, cujo contrato foi
assinado em 1999, foram feitas por um consórcio formado por Andrade
Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens. As investigações sobre o metrô de
Salvador apontaram que o consórcio pagou uma empresa italiana que havia
feito a melhor proposta na licitação para que desistisse da obra. O
repasse, segundo a Procuradoria, foi feito por meio de um contrato de
cerca de R$ 10 milhões para fornecimento de equipamentos.
Documentos apreendidos apontam
ainda, segundo a investigação, que foi formado um consórcio oculto com
outras empreiteiras que também participariam das obras: Odebrecht, OAS,
Queiroz Galvão, Constran e Alstom.
Nas eleições do ano passado,
Imbassahy recebeu doações de R$ 30 mil da Braskem, empresa ligada à
Odebrecht, R$ 250 mil da OAS e R$ 76,8 mil da UTC. A CPI da Petrobras,
que já tem mais de um mês de funcionamento, não aprovou nenhum
requerimento para convocar representantes dessas empresas ou para
quebrar sigilos delas.
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