Flagrado em
negociações cabeludas, tucano perde o comando do partido, é afastado do
mandato de senador e sela seu obituário político
Veja - Ana Clara Costa
Ao
determinar o afastamento de Aécio da atividade parlamentar, o ministro
do STF Edson Fachin deixou claro que, se o tucano não fosse senador, ele
deveria ser preso por tentar embaraçar a Lava-Jato. Escreveu Fachin:
“Embora considere, como mencionado, imprescindível a decretação de sua
prisão preventiva para garantir a ordem pública e instrução criminal,
reconheço que o disposto da Constituição impõe, ao menos em juízo
monocrático, necessidade de contenção”. Na visão do ministro, só o
plenário da Corte poderia decretar a prisão do mineiro.
Desde
o minuto em que soube das gravações até a noite de quinta-feira, Aécio
alternou crises de choro, goles de uísque e conversas com advogados.
Atendeu a poucas ligações e ignorou até mesmo telefonemas de assessores
próximos. Recebeu em sua casa no Lago Sul apenas alguns senadores, como
Tasso Jereissati (agora presidente interino do PSDB), e ministros de seu
partido, como Aloysio Nunes. Aos que o visitaram, disse que seu único
alento era o fato de a mulher, Letícia, e os filhos gêmeos não estarem
em casa, no momento das buscas feitas pela PF. Eles haviam viajado para o
Rio Grande do Sul, onde vivem os pais de Letícia. Segundo os
interlocutores do senador, sua principal angústia nesses dias era a
prisão da irmã. Aécio mobilizou advogados e amigos em busca de um meio
de libertá-la. No telefonema que deu ao ex-ministro do STF Carlos
Velloso, chorou. “Ela é quase uma mãe para mim”, disse. Com reportagem de Renato Onofre e Bruna Narcizo.
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