sexta-feira, 24 de março de 2017

“Aberração”, diz blogueiro ao descrever condução coercitiva

O blogueiro Eduardo Guimarães, levado coercitivamente pela Polícia Federal para depor em um inquérito sobre vazamento de informações, deu sua versão dos fatos. Na quinta-feira, após o juiz federal Sergio Moro recuar da decisão de investigar Guimarães por violação de sigilo funcional, o blogueiro publicou um texto em seu Blog da Cidadania, com críticas à atuação da PF e, principalmente, do magistrado.
“O juiz Sergio Moro parece muito preocupado em negar arbitrariedades, mas não se cansa de cometê-las. A nota que soltou demonstra intenção clara de me acusar de ter revelado informações que não me foram pedidas. Ou seja: ele procura me atingir moralmente. (…) O juiz Sergio Moro se converteu em meu inimigo. Está me processando depois de ter sido por mim representado no CNJ e depois de ter representado criminalmente contra mim em razão de uma publicação em rede social, em que se considera vítima de ameaça praticada por mim. Não é mais juiz, é parte de um litígio. Não posso ser julgado por um inimigo. Isso é uma aberração, isso é coisa de ditaduras”, escreveu.

Atuação da Polícia Federal

Sobre a condução coercitiva, Guimarães postou: “Às 6 horas do dia 21 de março deste ano, eu e minha esposa dormíamos quando escutamos um barulho semelhante a arrombamento da porta da frente do nosso apartamento. (…) Minha filha Victoria, 18 anos, 26 quilos, portadora de paralisia cerebral, que dormia no quarto ao lado, assustou-se com os golpes desferidos pelos policiais na porta e começou a reclamar, como faz quando está nervosa”.
Guimarães afirma que recebeu ordem de busca e apreensão de quatro agentes da PF, “que começaram a vasculhar (o apartamento), abrindo gavetas, portas de armário e qualquer outro lugar possível”. De acordo com o blogueiro, os policiais exigiram que ele desbloqueasse seu notebook e seu celular, e anunciaram a condução coercitiva.
“Fui ouvido sem um advogado com condições de me orientar sobre o que eu precisava ou não responder. Fui informado de que, se não provasse que não tinha relações com as pessoas de Curitiba que conseguiram os dados que recebi, eu seria considerado parte de um grupo, ou uma quadrilha”, relata. De acordo com Guimarães, seu advogado chegou depois do depoimento e descobriu pontos que haviam sido inseridos indevidamente no depoimento e pediu retificação. “Se meu advogado não tivesse chegado a tempo, meus direitos civis teriam sido violados de forma ainda mais séria.”(Da Veja .com)

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