quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Sr. Temer, “acidente pavoroso” é o senhor ser presidente

Por Fernando Brito, do Tijolaço
Era melhor ter continuado calado.
Porque, quando Michel Temer abriu a boca, foi para mostrar sua capacidade de ser perverso e incapaz.
Depois que o repórter Antônio Werneck, de O Globo, revelou que os  planos para um massacre entre facções criminosas “era de conhecimento da Polícia Federal do Amazonas desde outubro de 2015”, chamar de “acidente pavoroso” aquele morticínio é inadmissível.
Acidente, diz o Houais, é “acontecimento casual, fortuito, inesperado”.
O trecho reproduzido na imagem publicada mostra que não é acidente algum, mas uma chacina longamente planejada.
Era o caso de demitir quem não tomou providências na Polícia Federal, porque o mínimo que se esperaria era que o assunto tivesse ido ao Ministro da Justiça e ao Departamento Penitenciário Nacional, o Depen, para as providências.
E o seu diretor, silencioso e omisso como o senhor diante disso.
Mas o senhor não pode mexer com a Polícia Federal, não é?
Se o senhor faz jogo de cena nas responsabilidades, não age de forma diferente nas soluções. Prometer um dinheiro que sai não sei quando, para construir novos presídios.
Se esse dinheiro sair mesmo, não dá para fazer presídios nem para os 30 mil detentos que vão entrar no sistema de hoje até a inauguração.
Ou seja, vai ter zero de efeito sobre a superlotação.
Dezoito presídios em construção em São Paulo custam R$ 883,7 milhões. Ao preço paulista, os R$1,2 bilhão dão para fazer 25 presídios, com capacidade para 800-900 presos.  Pouco mais de 20 mil vagas.
Se o senhor tivesse responsabilidade,convocaria o Judiciário, o Ministério Público Federal e os Estaduais, os governadores, todos  para tirar da cadeia todo mundo que tem direito a estar fora dela, porque já cumpriu a pena ou tem direito à progressão de regime.
Não é preciso inventar, basta cumprir a lei e a decisão do Supremo de meados deste ano, que poderia reduzir a população carcerária em 32 mil pessoas, mas do que estes tais supostos novos presídios.
E tem mais 250 mil, segundo o próprio Governo Federal que estão presos sem condenação. Isso mesmo que apontam como “modelo” agora, prender antes de condenar. Se um terço deles não tiver periculosidade que justifique a cadeia prévia, são 80 mil presos a menos.

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