sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Temer silencia sobre denúncia contra Serra

Folha de S.Paulo - Camila Mattoso, Gabriel Mascarenhas, Marina Dias
O governo Michel Temer silenciou nesta sexta-feira (28) sobre as acusações envolvendo o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB). Após a reunião nesta manhã no Itamaraty, que contou com a presença dos presidentes dos três Poderes e de vários ministros, Temer fez uma breve declaração, respondeu a apenas uma pergunta, mas se calou quando questionado sobre as acusações feitas pela Odebrecht contra Serra.
Como revelou a Folha nesta sexta, executivos da empresa apontaram à Lava Jato dois nomes como sendo os operadores de R$ 23 milhões pagos pela empreiteira via caixa dois à campanha presidencial do hoje chanceler, na eleição de 2010, em conta na Suíça.
O acerto do recurso no exterior, segundo a construtora, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra.
O suposto caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra.
No momento da pergunta da reportagem, Temer já encerrava a entrevista para a imprensa e virou de costas, subindo as escadas que levam aos gabinetes do Itamaraty.
Antes disso, limitou-se a exaltar a reunião como inédita e dizer que "o clima foi de harmonia absoluta e de responsabilidade. Todos eles, todos nós, voltados para este tema [segurança pública]".
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que acompanhava a declaração de Temer, também não quis comentar as acusações contra Serra.
"Eu cuido da Defesa, não vou responder a isso", esquivou-se

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