Numerosos
senadores, inclusive do anti-PT, reagiram à batida da Polícia Federal,
em busca do ex-ministro Paulo Bernardo na residência da senadora Gleisi
Hoffmann, em imóvel do Senado. A PF agiu sem a autorização da única
instância autorizada a dá-la -- o Supremo Tribunal Federal. Admitir que a
direção e delegados da PF não soubessem dessa exigência seria
depreciá-los por muito pouco. O mesmo se pode dizer do juiz que, sem
competência para tanto, emitiu a autorização.
O
que talvez se torne explicável pela relação de Paulo Bueno de Azevedo,
da 6ª Vara Federal Criminal de SP, com sua orientadora Janaína Paschoal
-- a coreográfica advogada que recebeu dinheiro do PSDB para fazer um
parecer sobre o impeachment de Dilma (Em tempo: que se saiba, não é em
coreografia política que o juiz se faz orientar).
De
fato, há erros demais para um só episódio. Mas se o Senado ainda não
percebeu, na atual inversão de autoridade e de preceitos os senadores
estão ultrapassados no status institucional. Têm situação ainda muito
melhor que a dos deputados, mas inferior à da Polícia Federal, de parte
do Ministério Público e de parte do Judiciário. Na semana passada, até o
Supremo precisou reagir, por intermédio do ministro Teori Zavascki, à apropriação de atribuições judiciais suas pela Polícia Federal.
É
a sério essa observação. Estamos a caminho, já entrados nele, de muitas
inversões radicais, para um novo regime. Seria melhor começar a
observá-lo.
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