quinta-feira, 25 de junho de 2015

Executivos réus por cartel em governo tucano e os políticos tucanos?


Da Folha de S.Paulo
Eles são acusados de fraudes em licitações para a reforma de duas linhas do Metrô e modernização de 98 trens
Empresários podem ser condenados a penas que variam de seis a 14 anos; licitações foram feitas no governo Serra
Seis executivos das empresas Alstom, Tejofran, MPE e Temoinsa se tornaram réus nesta quarta-feira (24) na Justiça em São Paulo sob acusação de terem formado um cartel e fraudado licitações para a reforma de duas linhas do Metrô (a 1-Azul e a 3-Amarela) e a modernização de 98 trens em São Paulo. A juíza Cynthia Bezerra da Silva, no entanto, recusou o pedido de prisão do executivo César Ponce de Leon, que foi diretor da Alstom e hoje vive na Espanha. O promotor Marcelo Mendroni havia pedido a prisão do executivo por acreditar que, como ele vive fora do país, escapará de eventuais punições. De Leon, porém, se tornou réu por formação de cartel e fraude à licitação.
Os outros executivos que se tornaram réus são os seguintes: David Lopes, Maurício Memória e Wilson Daré (os três da Temoinsa), Telmo Giolito Porto (Tejofran) e Agadir Abreu (MPE). O esquema teria começado em 1998, no governo Mário Covas, e ido até 2010
DELAÇÃO
Em julho de 2013, a Folha revelou que a multinacional Siemens delatou a autoridades antitruste a existência de um cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô de São Paulo e da CPTM. Documentos da Siemens entregues ao Cade mostravam que o governo estadual, controlado pelo PSDB, teria dado aval ao conluio.
As fraudes teriam ocorrido entre 2008 e 2009, no governo de José Serra (PSDB) à frente do Estado. O custo das obras e da modernização, estimados inicialmente em R$ 1,5 bilhão, consumiram um total de R$ 1,7 bilhão após as licitações. As investigações sobre o cartel no Metrô e na CPTM abrangem o período que vai de 1999 a 2010, sempre em governos tucanos. Segundo o promotor Marcelo Mendroni, do Grupo Especial de Delitos Econômicos do Ministério Público, a divisão entre as empresas foi muito clara. "Não houve disputa alguma [entre as empresas]. Cada lote ficou com um consórcio", disse à Folha.

Um e-mail de 2008 de César de Leon fala em "divisão do bolo", uma menção sobre a combinação da divisão da concorrência dos lotes licitados, ainda segundo as investigações da Promotoria.

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