terça-feira, 6 de outubro de 2015

Líder do PSDB: para Cunha, o “benefício da dúvida”; para Dilma, linchamento

cunhaderrete
Por · no Tijolaço-
É estranha a noção de justiça do Deputado (e promotor) Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara. 
Disse que, de fato, Eduardo Cunha deve explicações, mas tem o “benefício da dúvida” em relação às quatro contas em que os promotores da Suíça encontraram seu nome como beneficiário, bloquearam e mandaram a documentação ao Brasil.
Nenhuma dúvida que tem o benefício que o mesmo Carlos Sampaio não concede à Presidenta da República, já condenada por ele ao impeachment por….por que, mesmo? Nada, porque, não há qualquer denúncia de crime contra ela, como há contra o Presidente da Câmara.
E Cunha tem todo o direito de esclarecer o assunto, pedindo que a Procuradoria torne públicos os documentos que recbeu, até porque estes não vazam como manteiga derretida para os “amigos” dos promotores na mídia.
Basta que os documentos não existam ou não o mencionem, ou à sua mulher e filha,  para que tudo se esclareça e fique provado que ele não fraudou o Fisco, o TSE, a Câmara e a boa-fé pública ao declarar que não tinha recursos bancários senão os R$ 21 mil que declarou ao ser candidato e ao tomar posse como deputado.
Simples assim, até porque qualquer pessoa que tenha US$ 5 milhões depositados por empresas offshore em seu benefício deve saber disso e o porquê disso.
O deputado Sampaio, se não fosse cínico, poderia subir à tribuna da Câmara e perguntar diretamente a ele:
– Presidente Eduardo Cunha, o senhor tem depósitos a seu favor na Suíça? Sim ou não?
Será que é difícil responder a essa pergunta?
Mas o que diz ele?
“Enquanto não houver informações adequadas que comprovem o envolvimento de Cunha, o PSDB vai manter sua posição de apoio ao presidente da casa”.
Será que o “valentão” que, em abril deste ano, dava “broncas” até em Aécio Neves e dizia que “ela (a Câmara, sob a  presidência de Cunha) tem que tomar uma decisão e a decisão já foi tomada: o impeachment é cabível e não temos que aguardar mais nenhum parecer”, afina quando fala dos seus amigos? Vira um poltrão?
Agora tem de aguardar, não é, Sampaio?
Aguardar o quê, que alguém que tem contra si acusações e – a menos que os procuradores suíços sejam “petistas” que inventaram a história – provas de enriquecimento ilícito, evasão de divisas, falsa declaração e mais um lote de casinhas no Código Penal decida que o voto popular não vale mais?

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