segunda-feira, 1 de abril de 2019

Triste de um país

Por Arthur Cunha – especial para o blog de Magno Martins

Triste de um país onde o governo central exalta golpistas, torturadores e assassinos; tratando-os como heróis da pátria. Triste de um país onde o governo central, com um argumento pífio, utiliza os canais oficiais para espalhar ideologia de gênero – seja ela de Direita ou Esquerda –, tentando minimizar atrocidades. Triste de um país onde o governo central não reconhece o seu débito com o passado e o transforma em uma ponte para um futuro melhor. Triste de um país. Triste do Brasil!
Ontem, quando o início da sanguinária ditadura que assassinou milhares de brasileiros e subjugou um país inteiro completou 55 anos, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República liberou um vídeo institucional (pago com dinheiro público, portanto) defendendo o Golpe de 1964; retratado, na ótica deles, como uma resposta das Forças Armadas aos “comunistas”. Eu custei a acreditar no que estava vendo.
Na peça publicitária, um senhor aparece em primeiro plano, com um fundo em preto e branco, contando como aqueles anos haviam perdido o brilho em uma época de “medos e ameaças daquilo que os comunistas faziam, matando seus compatriotas”. “Foi aí que, conclamado por jornais, rádios, tevês e pelo povo na rua, o Brasil lembrou que existia um exército nacional e apelou a ele. Foi só aí que a escuridão foi passando, passando e fez-se a luz”, diz o texto, quando a tela clareia e uma bandeira do Brasil aparece tremulando ao. E segue dizendo que, vejam bem, o “exército nos salvou em um 31 de março”.
O encerramento, com o hino brasileiro tocando, diz que esse mesmo exército não quer “palmas nem homenagens”, e que apenas fez o seu dever. Juro que a peça me lembrou a eficiente propaganda Nazista enaltecendo os feitos de Hitler em uma Alemanha afundada no caos. Porque é justamente nesses períodos que essa turma aparece com uma fala bonita; quando estamos em crise revendo nossos conceitos. O que os militares fizeram foi dar um golpe na democracia. Houve ditadura sim, seu Bolsonaro. E o Brasil não vai permitir nem que você nem que ninguém traga esse tempo de volta!

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