Ricardo Miranda – Blog Os Divergentes
“Há, no Brasil, uma epidemia de desalento. Ela contaminou até a força de trabalho e minou a disposição para procurar um emprego entre aqueles que estão desempregados e mesmo entre os que jamais trabalharam. O país vem sendo destruído e retalhado nesses 2 últimos anos em que regressamos 20 casas para trás. E o mais grave: não parou de piorar. Ainda há degraus a descer”.
Luís Costa Pinto, jornalista e sócio gerente na empresa Ideias, Fatos e Texto
Bom dia, Brasil da Ponte para o Futuro. Lamento dizer que a ponte ruiu, as eleições estão chegando e muita gente acha que a solução é o Bolsonaro. Que tenhamos melhor sorte depois dos últimos dois anos de morceguismo. Michel Temer, que acredita ser a ressurreição de JK, continua vivendo no mundinho de cristal de Elsinho Mouco. Ele usou os dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados de abril para, em um discurso na CNI, reforçar que o país deixou a recessão. “Hoje, me informam que em abril tivemos a criação de 115 mil postos de trabalho”, disse Temer, citando números do chamado Caged. O Valor Econômico mostrou nesta sexta que um certo IBGE, que tem outra metodologia e leva em conta também postos informais e por conta própria, mostra que o desemprego subiu 1,3 ponto percentual desde o último trimestre do ano passado, até atingir 13,1% no primeiro trimestre de 2018.
Pior. O país tem 27,7 milhões de trabalhadores subutilizados no primeiro trimestre deste ano, 1,2 milhão a mais do que nos três meses imediatamente anteriores. Trata-se do maior contingente da série da pesquisa, iniciada em 2012. A taxa de subutilização subiu assim de 23,6% para 24,7% no período. O conceito de subutilização – também conhecido como desemprego ampliado – abrange trabalhadores desempregados, subocupados por insuficiente de horas (trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais) e pela força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar).
Segundo os dados mais recentes do IBGE, o Brasil tem 48,5 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, mas 11,1 milhões delas não trabalham e também não estão matriculadas em uma escola, faculdade, curso técnico de nível médio ou de qualificação profissional. Entendeu o cenário?
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