
"Agora
nós não vamos levar ofensas para casa", anunciou, em discurso
transmitido pela emissora oficial do Planalto. Ele disse que "as coisas
se definiram" e que "é preciso muita firmeza" para defender a reputação
do novo regime.
Com
o cenho franzido, Temer descreveu uma situação com a qual a sua equipe
passou a conviver. "De vez em quando você vai num lugar e [ouve]:
'Golpista!'. Golpista é você que está contra a Constituição, né?",
perguntou, sem esperar resposta.
"Todos
que estão aqui são elegantes. Mas é preciso firmeza, digo eu. E firmeza
para quando disserem golpista", ordenou o presidente. "Nós precisamos
responder. Agora, falou, nós respondemos. Não pode deixar uma palavra,
porque senão eles tentarão desvalorizar", prosseguiu. Ele encerrou a
preleção com um aviso: "Não pode tolerar essa espécie de afirmação. Quem
tolerar, eu confesso que vou trocar uma ideia sobre isso".
Temer
citou as expressões "golpe" e "golpista" oito vezes, embora tenha
manifestado o desejo de retirá-las de circulação. No mesmo discurso,
reclamou da imagem do novo governo no "plano internacional". "Tentaram
muito e conseguiram, até com algum sucesso, dizer que aqui no Brasil
houve um golpe", disse.
Apesar
da queixa do presidente, parte da imprensa estrangeira continua a usar
os termos que o incomodam. Nesta quinta (1º), o jornal espanhol "El
País" descreveu a derrubada de Dilma Rousseff como um "golpe baixo" na
democracia brasileira.
A
guerra de Temer com as palavras pode ser mais longa que a disputa por
votos no Congresso. A não ser, é claro, que ele aproveite a reunião do G20para importar métodos chineses de convencimento.
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