
Súbito, a repórter Mônica Bergamo informou que, em 2009, o governo de São Paulo, sob Serra, enviara às escolas da rede pública do Estado material semelhante.
A imprensa – ou parte dela — foi ao calcanhar. Pouco afeito ao contraditório, o tucano acionou o bico. Numa entrevista à rádio CBN, foi inquirido pelo repórter Kennedy Alencar. “[...] Sua atitude é uma contradição por conveniência eleitoral ou o senhor se tornou conservador?” E Serra: “Eu sei que você tem preferências políticas mas, modere, você não pode fazer campanha eleitoral aqui.”
Noutra entrevista, uma repórter perguntou a Serra se o tom agressivo de sua campanha tem a ver com as pesquisas que o desfavorecem. As plumas eriçaram-se: “Vai lá pro Haddad. É a pauta dele. Você não precisa trabalhar pra ele. Ele já tem bastante assessor.”
Num terceiro encontro de Serra com os microfones, de novo a homofobia: “Está faltando esclarecer se o senhor concorda ou não com esse tipo de orientação nas escolas”, observou uma repórter. “Não está faltando esclarecer nada. Você leu? Eu pergunto se você leu.” Lero vai, lero vem, Serra emendou: “Vai lá com o Haddad e trabalha com ele. É mais eficiente.”
Serra tornou-se escravo do seu tema-bumerangue. Instado a explicar-se, complica-se. Potencializa a fama de personagem avesso à imprensa que imprensa. Ainda não se deu conta. Mas flerta com o ridículo. Político que se queixa do noticiário é como capitão de navio que reclama da existência do mar. - Moral um, à moda de Tancredo Neves: Esperteza, quando é muita, come o dono. - Moral dois, à maneira do provérbio: ‘Kit gay’ na campanha dos outros é refresco.
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