sexta-feira, 8 de junho de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO : AS BATATAS COM A DEMOCRACIA - ERRO DO PT II


AS BATATAS COM A DEMOCRACIA – ERRO DO PT II



O PT encerrou o seu rosário de erros com essa decisão sobre a sucessão à prefeitura da cidade do Recife. Em que pese todos os erros administrativos e a falta de habilidade (ou arrogância) do prefeito João da Costa em unir a Frente Popular, ele tinha todo o direito legal de ser o candidato à reeleição. Não havia nada que o impedisse dele concorrer mais uma vez ao cargo de prefeito da cidade do Recife. Muitos podem alegar que estava desgastado, que não haveria condições dele vencer as eleições. Ora quem pode garantir isso? O PT não podia fazer o que fez. Se ele fez má administração, cabia ao povo de Recife puni-lo nas urnas e não seu partido. O PT rasgou a bandeira da sua democracia interna. Não respeitou da decisão tomada pela maioria de seus filiados e será uma marca que o partido dos trabalhadores carregará pelo resto dos tempos. Como um partido que só tem democracia da boca para fora.
Mas isso não é de assustar. Como bem disse Rousseau “No instante em que um povo se dá representantes, deixa de ser livre, deixa de ser povo”. O filósofo estava certíssimo. A Democracia de fato é uma grande utopia, ela é simplesmente impossível, pois o modelo de democracia existente no Ocidente é a Democracia Burguesa, no caso a democracia representativa. E quando você delega que outrem lhe represente como afirmou Rousseau, você deixa de ser livre e, portanto de deixar de existir a democracia.
Uma coisa é certa, o PT sairá muito desgastado desse episódio. Vencendo ou perdendo as eleições, as feridas deixarão cicatrizes enormes de difícil cura. Mais uma vez quero alertar para uma questão que pouco vejo ser comentada na mídia. A presença do governador Eduardo “O Príncipe” Campos. Ele foi o grande mentor dessa queda de João da Costa, pois essa foi a condição exigida por ele para apoiar Fernando Haddad a prefeito da cidade de São Paulo. Eduardo se assustou com esfacelamento da Frente Popular. Como João da Costa não estava unindo toda a Frente, ele achou que isso poderia abrir um perigoso precedente para outros municípios e assim seria o início do fim da Frente Popular de Pernambuco.
Diante dessa situação e da difícil condição de Haddad nas pesquisas em São Paulo, o governo viu uma boa condição para barganha nas negociações com o PT. Lula, que tem como plano número um ganhar a prefeitura de São Paulo, aceitou todas as condições exigida pelo governador, todavia alguém tinha que ir para o sacrifício; e João da Costa foi cristianizado pelo seu partido e pela Frente Popular. Parece que o Costa nasceu com o destino de seu pai, de ser prefeito por um único mandato; mas ele está vendendo caro essa derrota. O PT não será mais o mesmo depois dessa quebra da sua democracia interna. O partido ficou igual aos outros na forma de escolha de seus candidatos e isso não foi bom para imagem do partido, forjado na democracia. Como bem disse Sartre “fazer política é enfiar a mão no sangue e na merda”
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.

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