sexta-feira, 25 de maio de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO : DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS


DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

Apesar das grandes mudanças ocorridas nos últimos anos no Brasil, feitas pelo governo Lula, infelizmente, muitas mazelas ainda permanece em nosso país. Uma dessas mazelas, sem dúvida nenhuma, é a forma como as pessoas são tratadas levando em consideração sua condição social. Nessa semana, tive o desprazer de assistir um vídeo em que uma repórter de uma TV afiliada da Band na Bahia, destrata de forma preconceituosa um jovem negro, acusado de “estupro”, em uma delegacia da periferia de Salvador. Nesse mesmo dia, assistia também o “depoimento” do Carlos Augusto Cachoeira na CPI. Esse “bom moço” teve todo direito garantido pela Constituição de ficar calado não criando prova contra si, enquanto que um jovem negro era tratado com sarcasmo e preconceito por uma jornalista bonitinha, mas ordinária.
Foram cenas de desrespeito aos direitos humanos. O jovem foi o tempo todo transformado ‘em chacota’ por não saber diferenciar um exame de próstata de um exame de corpo de delito. Essa é a imprensa que exigi liberdade de expressão para poder cometer esse tipo de barbaridade contra o ser humano. Acuado dentro de uma “pocilga”, pois essa é a condição das maiorias das cadeias desse país, o jovem nem mesmo tinha um defensor público para representá-lo. Antes que digam que estou defendendo bandido, quero esclarecer que apenas estou exigindo tratamento igual, tanto para o jovem “bandido” de salvador como para um bandido como Carlos Augusto Cachoeira.
Enquanto esse pode pagar um advogado mais caro do Brasil, no valor de 15 milhões de reais (com dinheiro público desviado, é claro!), o outro teve como defesa suas próprias palavras de desespero diante de uma inquisidora, que o acusou e o julgou sem lhe garantir o direito de defesa, uma garantia básica assegurada pela nossa Constituição. Esse tipo de atitude nos revolta, todavia não deveria me assustar, sendo eu professor de História, pois um país que teve suas bases sociais assentada na casa grande e na senzala não se livraria tão fácil das consequências dessa maldição que foi a escravidão.
Sei que talvez leve mais alguns séculos até que um cidadão possa ser tratado com igualdade perante as leis. E que elas funcionem para todos sem distinção de raça, de religião e de condição social. Entretanto até lá não devemos nos calar diante desse tipo de atitude e devemos sempre denunciar essas barbaridades praticada por quem deveria defender o cidadão e, pelo contrário, tornar-se seu algoz. Mas o que esperar de uma imprensa que se alia a um grupo de bandidos e corruptos para derrubar um governo eleito democraticamente e que se tornou o maior governo da história desse país? Já passou da hora de se criar um marco regulatório para essa imprensa podre.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE. Este texto foi revisado pela Professora Maria Cicera da Silva, Especialista em Lingua Portuguesa pela UPE: Garanhuns. Acompanhe todas as sexta feiras um ártigo do colaborador.  

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