Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O palerma que fica “batizando” as fases da Operação Lava Jato, desta vez, não teve muita inspiração: o máximo que conseguiu para disfarçar o nome de “Triplex do Lula” para “Triplo X”.
Tanto quanto o nome, o objetivo da operação é infame e não engana ninguém: é tentar alcançar algo que possa servir para incriminar o ex-presidente Lula com tudo o que lhes restou: um suposto apartamento no Guarujá – esta verdadeira Côte D’Azur brasileira – sobre o qual não há nenhuma prova de que lhe pertença ou a seus familiares.
É inacreditável que o sistema jurídico brasileiro esteja assistindo a um grupo de policiais e promotores, sob a evidente ânsia de um juiz de primeira instância esteja ordenando prisões e buscas em todo país atrás de tudo o que lhe possa servir de mote para seu obsessivo ideal: prender o ex-presidente da República.
Não se tem notícia de que o Brasil tenha voltado a ser um império, onde Sua Majestade Sérgio Moro seja o Senhor, os procuradores sua Corte e a PF seus pretorianos.
A covardia do Judiciário brasileiro – o mesmo que já estaria sinalizando que “não vai dar” para fazer nada com Eduardo Cunha, cujos extratos bancários no exterior, incontestados, são aceitos na base da “carne moída” do “usufrutário (sic) de trusts”- está evidente frente aos abusos que estão sendo cometidos.
Todos se vergam diante do ousado senhor que a mídia entronizou no poder supremo.
Lula pode e deve ser investigado.
Mas um ano – mais de um ano, 14 meses!- depois da prisão dos dirigentes da OAS “descobrirem” o que nunca esteve escondido, que ela é dona de diversos apartamentos no tal prédio do “Triplo X” e ordenarem uma pataquada para “apreender documentos” (se fosse o caso, haveria ainda algum?) que possam permitir ilações com Lula, ou para fazer algum funcionário, amedrontado, dizer “sim, senhor, ele não saía de lá”, francamente…
É pedir que este seja um país de tolos, embora já sejamos, de fato, um país sem direitos democráticos.
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