Saiu o resultado das eleições legislativas na Venezuela e, como esperado, a oposição venceu. Maduro reconheceu na mesma hora. Como Cristina Kirchner aceitou a derrota para Maurício Macri, na Argentina. Embora
todos tenham sido apontados, durante anos e todos os dias, como
autoritários e avessos às regras da democracia.No caso de Maduro, um
tirano caricato, mesmo.
Agora,
num país e no outro, a população – e nós, seus vizinhos – vamos ter a
oportunidade de observar como, seja do ponto de vista econômico, seja do
institucional, como é a democracia "alheia".
Na economia argentina, todos esperam um desvalorização cambial expressiva, aumento do desemprego e um avanço dos credores.
Na
Venezuela, embora as eleições tenham sido para o Legislativo, é bem
provável que, nos próximos dias, passe-se a exigir o fim antecipado do
mandato presidencial.
O
desafio econômico daquele país, em que 75% da economia dependem do
petróleo não tem nada que permita ver otimismo com Maduro ou com
qualquer governo, com o petróleo pouco acima de US$ 40.
A democracia, ao contrário do que pensam alguns, não é uma formalidade mais ou menos agradável quando se ganha ou se perde.
Ela faz parte do aprendizado e da caminhada dos povos e só deixa de ser um horizonte para quem quer tutelá-lo e dominá-lo.
Embora seja usada como "desculpa" dos que querem sempre deter a caminhada do povo, que se chama História.
PS.
Claro que, na Argentina e na Venezuela, a esquerda tem de refletir
sobre seus erros, embora também não deva deixar de denunciar os fatos de
sabotagem que sempre enfrentaram os regimes progressistas. Mas isso é
para depois, hoje é dia de aceitar a manifestação da vontade popular,
coisa que muitos aqui não sabem o que é.
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