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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Bolsonaro sai ou vai ser saído

Do blog de Magno Martins

Tive, de ontem para hoje, acesso exclusivo a fontes diretas das Forças Armadas, sobre reuniões decisivas, contando com a participação das patentes mais altas, que resolveram não mais dar apoio a Bolsonaro diante do atual contexto de crescente radicalização irracional.

As Forças Armadas em nenhuma hipótese admitem a possibilidade defendida pelo clã Bolsonaro de uma guerra civil. Essa foi a gota d’água final para se programar o afastamento do atual presidente. A hipótese de “auto-golpe” foi terminantemente descartada. Todas as Forças Armadas estão em prontidão para atuar de forma enérgica a qualquer momento de tentativa de ruptura do Estado de Direito por parte de Bolsonaro.
Inicialmente, os militares apoiaram Bolsonaro apostando que ele poderia ter um comportamento racional e alinhado com o verdadeiro patriotismo das Forças Armadas, na linha do lema “Ordem e Progresso”. Ocorre que foram encontrando um ex-tenente rebelado e descontrolado, incapaz de liderar.
Na verdade, viram que o verdadeiro lema de Bolsonaro é: “Minha família acima de tudo, meus filhos acima de todos”. Entre os exemplos, citam as humilhações que os filhos impuseram a generais de máxima referência, como Mourão e de Santos Cruz, que demonstraram que Bolsonaro só segue sua família e apenas tenta usar as Forças Armadas para o seu benefício político pessoal e da sua família.
Também entendem claramente que Bolsonaro tentou fazer uma espécie de aliciamento dos militares, ofertando cerca de três mil cargos nos mais diferentes ministérios e órgãos federais, muitas vezes colocando militares sem qualquer treinamento especializado. Mas os líderes da ativa não concordam com essa jogada e consideram algo espúrio.
Hoje, pelo menos 80% dos militares de alta patente, que sempre decidem tudo de forma colegiada, consideram que Bolsonaro já rompeu todos os limites do razoável e está querendo jogar o Brasil num conflito sangrento, inaceitável pelas Forças Armadas. Avaliam que as bases bolsonaristas originais estão desencantadas e que o tenente não tem mais bala na agulha para colocar as grandes massas na rua como sustentação popular.
Os serviços de inteligência internos já concluíram que hoje Bolsonaro perde apoio nas classes médias mobilizadoras e ganha apoio nas periferias urbanas miseráveis e no Nordeste, por conta dos R$ 600 que estão sendo distribuídos pela CEF. Por essas e várias outras razões, decidiram que Bolsonaro só tem duas saídas: renunciar de maneira pacífica para evitar uma cassação política ou sofrer um processo de impeachment com o Congresso tendo respaldo das Forças Armadas.
Note-se que o ministro Barroso anunciou, no seu discurso de posse como Presidente do TSE, que em três semanas vai colocar em pauta o pedido de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão e isso não é do interesse dos militares.
Ou seja, as Forças Armadas querem uma solução pacífica e constitucional, elevando o General 4 Estrelas Antônio Hamilton Martins Mourão (GCRB - GCMM - GCMD) como o legítimo presidente da República. Ouvi coisas bem mais duras contra Bolsonaro, mas preferi não focar em ataques e sim na essência política da questão: Bolsonaro não conta mais com o apoio da maioria das Forças Armadas que agora vão agir dentro da lógica e da razão para colocar o Brasil no caminho do entendimento nacional, dentro da Lei e da Ordem.

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