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sábado, 20 de outubro de 2018

Polícia investiga estupro por motivação política

Polícia do Paraná apura se denúncia de estupro teve motivação política.
Foto: wikipedia
Por Agência Brasil


A Policia Civil paranaense investiga se há motivação política em uma denúncia de estupro no Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A vítima, que se declara mulher transexual, de 22 anos, disse que o crime foi cometido por um grupo de garotos e que a motivação seria o fato de ela estar usar um adesivo da campanha #EleNão – contrária à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.
O relato foi postado no site do Mapa da Violência. A denúncia anônima é investigada pela Delegacia da Mulher de Curitiba. Nas redes sociais, o centro acadêmico informou quer tomou conhecimento do caso por meio da internet, mas que, até o início da semana, não havia sido contactado pessoalmente pela vítima.
“Não vamos colocar em descrédito o relato da vítima pois, o tempo todo, vítimas de estupro são culpabilizadas. Nos colocamos a serviço do acolhimento da vítima, mesmo que essa mulher não se sinta à vontade para a exposição do ocorrido. O corpo docente, juntamente com os estudantes, está articulando formas de lidar com o acontecido de forma a verificar os fatos.”
Repúdio
O Centro Acadêmico de Ciências Sociais publicou, também em sua página no Facebook, uma nota de repúdio, por meio da qual se coloca à disposição da vítima para auxiliá-la no que for necessário – inclusive para tomar medidas legais e na busca por apoio psicológico. “Não podemos banalizar esse como mais um caso estatístico”. O centro apela para o fim da  “crescente onda de violência”.
Na nota, a entidade diz que também identificou pichações com os dizeres “B17” e com suásticas nas paredes do centro acadêmico e informa que vai repensar a abertura do local em todos os turnos do dia – incluindo à noite – para estudantes de ciências sociais, de outros cursos e para a comunidade externa. 
Em momentos anteriores, nas redes sociais, quando questionado sobre a violência atribuída aos seus simpatizantes, Bolsonaro afirmou que rechaça qualquer tipo de agressão e que não tem como controlar as pessoas.

PT não vai ganhar no tapetão, mas WhatsAppgate não pode ser varrido para debaixo...


Helena Chagas - no Blog  Os Divergentes

Parte do establishment e da imprensa não comprou a história do WhatsAppgate e age como se fosse mais uma denúncia comum de uma campanha comum sobre as mesmas coisas comuns que o PT sempre fez na Internet. Só que não é. Antes mesmo da denúncia da Folha de S.Paulo, quem frequenta minimamente as redes vinha recebendo sinais de que algo muito forte se passava em seus subterrâneos. Mas parece haver, inclusive na maioria do eleitorado, um sentimento de que Jair Bolsonaro já ganhou e que nada que aconteça a esta altura vai mudar isso. É como se estivesse todo mundo já cansado de campanha e eleição, torcendo para o domingo 28 vir e acabar logo com isso.
As pesquisas, que petrificaram o quadro de vitória de Bolsonaro por larga vantagem sobre Haddad, confirmam essa percepção. E é mesmo praticamente impossível que o candidato do PT venha a virar mais de dois milhões de votos em oito dias. Nem por isso é o caso de se varrer para baixo do tapete este que pode ser o maior escândalo eleitoral da história do país.
Não é café pequeno, e todo mundo com um mínimo de discernimento sabe disso. Ainda não está clara a amplitude do esquema, e até mesmo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, com todos os cuidados que deve ter, admitiu que a “onda” que levou Bolsonaro e alguns candidatos nanicos a governador aos primeiros lugares na eleição pode ter sido influenciada por isso.
Só que o WhatsAppgate, em vez de mais um escândalo a ser investigado, está sendo interpretado como apenas mais uma jogada do PT para ganhar no tapetão. O PT não vai ganhar no tapetão, até porque não há mais nem tempo para isso. Mas a investigação do esquema vai bem além disso, por comprometer a lisura de todo o sistema eleitoral.
A imprensa internacional está abrindo manchetes. Se não houver uma investigação séria e isenta, vamos caminhar para consolidar aquela imagem de república bananeira, recuperada nos últimos tempos. Está nas mãos do TSE.

Paulo Câmara: Não vamos desistir do Brasil e mostraremos essa resistência em Pernambuco




Reeleito no primeiro turno em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) reuniu, na tarde desta sexta-feira (19), um grande conjunto de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, deputados e lideranças políticas pernambucanas para reafirmar o apoio ao presidenciável Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições 2018. Cerca de mil líderes de todas as regiões do Estado lotaram o Centro de Convenções do Hotel Canariu’s, em Gravatá, no Agreste, para confirmar que estão ao lado de Paulo e Haddad para garantir dias melhores no Brasil.

Durante o encontro, Paulo fez um agradecimento às lideranças pelo apoio dado no primeiro turno em Pernambuco e pediu que a mobilização se repita na campanha de Haddad, sobretudo nesta reta final que antecede o pleito. “O desafio que nós temos até dia 27 é importante e necessário. O Brasil já está dando passos para trás e a gente não pode deixar dar passos mais largos ainda. Vamos em frente nesta última semana. Vocês viram no primeiro turno que na última semana aconteceu muita coisa. Não vamos desistir do Brasil e vamos mostrar essa resistência em Pernambuco”, afirmou.

O socialista destacou que a força do Nordeste será primordial para garantir resultados expressivos em favor de Haddad e lembrou os avanços promovidos na gestão do ex-presidente Lula, sobretudo na região. “O caminho de Lula de diminuir desigualdade sociais e regionais, de gerar emprego e renda são valores que não podemos deixar escapar de maneira nenhuma. Falar nisso é falar de futuro. O que a gente já conhece e sabe que dá certo. Haddad representa isso. Ele teve pouco tempo de mostrar na campanha e está se esforçando no segundo turno. As fake news estão espalhadas e com grupos poderosos por trás disso, como foi noticiado. Mas a verdade sempre estará na frente”, defendeu o governador.

Eleita vice-governadora, a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou que a eleição de Bolsonaro representa uma ameaça ao Brasil e que é preciso dialogar com a população e mostrar o melhor projeto presidencial. “Ele representa o que há de pior na política. Precisamos, portanto, fazer o debate de ideias. A primeira semana após o primeiro turno foi de violência política. Esta candidatura (de Bolsonaro) está fazendo caixa dois e financiamento eleitoral. É a junção de crimes cometidos com as fake news. Pernambuco vai demonstrar que tem altivez. Vamos garantir a vitória do que representa o legado do melhor presidente que já tivemos, que foi Lula”, declarou.

O senador reeleito Humberto Costa (PT) destacou a disparidade entre os projetos representados por Fernando Haddad e Jair Bolsonaro e o risco que o o candidato oposto apresenta para o Brasil. “De um lado a gente tem alguém que a gente conhece. Um candidato preparado, que foi ministro, que criou o Prouni, Pronatec, e em todo município existe uma ação de Fernando Haddad, que é representante de um projeto que nós conhecemos. O candidato da democracia, da defesa da Constituição. Do outro lado, temos um homem que ninguém sabe o que ele é. Ou melhor. A gente sabe que ele é uma pessoa despreparada, alguém folclórico”, avaliou.

Representando mais de 100 prefeitos pernambucanos que participaram do encontro, o chefe do Executivo em Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), reforçou a necessidade de cada liderança municipal no pleito que se aproxima. Ele também falou da importância da vitória de Haddad para garantir as parcerias entre Pernambuco e o Governo Federal. “Não podemos baixar a cabeça e nos omitir. Esta é a hora de demonstrarmos força, coragem e autonomia. Eleição se ganha no dia com o voto. Vamos trabalhar e mostrar a liderança de Paulo Câmara garantindo uma vitória expressiva de Haddad”, pontuou.

Candidata no primeiro turno das eleições, Dani Portela (PSol) também participou da atividade e destacou a união realizada na segunda etapa do pleito em favor da Haddad. “Há poucos dias estávamos em palanques opostos. Hoje a nossa união se da para defender democracia no Brasil”, pontuou.

CAFÉ DA MANHÃ

Em mais um ato de apoio ao presidenciável Fernando Haddad (PT), o governador Paulo Câmara (PSB) reuniu, na manhã desta sexta-feira, atuais deputados estaduais e federais, novos parlamentares eleitos, além de lideranças partidárias, em um café da manhã realizado no Recife Praia Hotel, no Pina. Paulo reforçou a importância que a vitória de Haddad terá para garantia dos direitos democráticos no Brasil, a volta do crescimento do país e o impacto disso em Pernambuco. A atividade contou com a participação de representantes do PR, PP, PCdoB, PSol, PT, MDB, PSD, PPL, PSC e PSB.

TSE e MP devem resposta sobre manipulação eleitoral


Bolsonaro deveria condenar ataques a jornalista
Blog do Kennedy

Como o financiamento privado de pessoa jurídica foi proibido no Brasil, é grave a informação de que empresários que apoiam Jair Bolsonaro estão contratando disparos em massa nas redes sociais. Se for comprovada tal tentativa de manipulação, trata-se de crime eleitoral que poderá resultar na cassação da chapa.
Reportagem de ontem da “Folha de S.Paulo”, feita pela jornalista Patrícia Campos Mello, revelou que empresas estão comprando pacotes de mensagens conta PT para distribuição em massa no WhatsApp _inclusive com ação planejada para acontecer a uma semana do segundo turno de 28 de outubro.
Essa notícia vai além da enxurrada de fake news que tem assolado a eleição presidencial a favor do candidato do PSL. O ponto principal é que as empresas não podem, de acordo com a legislação, fazer esse tipo de contrato em massa. Essa prática pode ser enquadrada como caixa 2.
As instituições brasileiras, como a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Federal, costumam agir com rapidez para punir o PT e o ex-presidente Lula. Agora, deveriam dar uma resposta ágil e clara em relação à revelação da “Folha de S.Paulo”.
Pedidos do PT e do PDT de punição a Bolsonaro vão seguir o trâmite jurídico para produzir eventual resultado. Isso é diferente de uma providência rápida da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Federal para notificar empresas e empresários a fim de impedir disparos em massa de mensagens que contrariam frontalmente a lei. Isso dá para fazer logo. Aliás, já deveria ter sido feito pelas instituições competentes, sob pena de omissão.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Pesquisa CUT/Vox Populi traz Bolsonaro com 53% e Haddad com 47% votos votos validos

São Paulo – A diferença entre o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, e o candidato do PT, Fernando Haddad, está em 6 pontos percentuais. De acordo com pesquisa feita pelo instituto Vox Populi, Bolsonaro está com 53% dos votos válidos e Haddad, com 47%. O levantamento foi feito na terça-feira e quarta-feira, antes, portanto, da publicação das denúncias envolvendo a prática de crime eleitoral da campanha de Bolsonaro, por meio do financiamento empresarial da distribuição em massa de fake news via listas de WhatsApp.

No voto estimulado, Haddad lidera na região Nordeste, vencendo Bolsonaro por 57% a 27%. Nas demais regiões, o presidenciável do PSL lidera, alcançando 21 pontos percentuais de vantagem sobre o adversário nas regiões Sudeste e Sul.

Em termos absolutos, Bolsonaro aparece com 44% e Haddad com 39%. Brancos e nulos somam 12% e outros 8% disseram não saber/não responderam. A pesquisa foi contratada pela CUT e contou com 2 mil entrevistas aplicadas em 120 municípios. A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-08732/2018.

Whatsapp faz o que TSE não fez e bloqueia (algumas) máquinas de ‘fake news’



POR FERNANDO BRITO · do Tijolaço



Patricia Campos Melo, na Folha, anuncia que o WhatsApp enviou notificação as agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market ordenando que “parem de fazer envio de mensagens em massa e de utilizar números de celulares obtidos pela internet, que as empresas usavam para aumentar o alcance dos grupos na rede social.” Cancelou, também, as contas oficialmente vinculadas a estas empresas.

Mark Zuckerberg, dono do aplicativo (e também do Facebook) tem, como se vê,mais poder e iniciativa que a Ministra Rosa Weber, presidente do TSE ou que o Ministério Público, que até agora nada fizeram, nem uma mísera operação de busca e apreensão nas empresas citadas na reportagem que, a esta altura, já deram sumiço em arquivos e papéis comprometedores.

Há um drama pouco visível nisso: é um homem, através dos diretores que ele colocou na empresa, quem tem controle absoluto do que são, hoje, os mais importantes meios de comunicação da sociedade. Aplauda-se o fato de que ele esteja fazendo algo, quando os agentes públicos nem piam, mas o restabelecimento da verdade não pode ficar na dependência de uma empresa privada e seu dono.

Tudo indica que estas quatro empresas são apenas algumas das que se dedicam a este sinistro negócio de espalhar “ondas” de mensagens pagas.E nada garante que os donos do aplicativo queiram atacar outras, não mencionadas na reportagem e, assim, abalar mais o prestígio do seu negócio, que movimenta trilhões de dólares e bilhões de usuários.

Ou então promovamos a substituição do TSE pelo board do Whatsapp que, mesmo que seja muito pouco, alguma coisa faz, enquanto os nossos juízes roem as unhas.

Ladrões explodem duas agências bancárias em Santa Cruz do Capibaribe


Foto: Cortesia/Sindicado dos Bancários


Ladrões explodiram na madrugada desta sexta-feira (19) a agência dos bancos do Brasil e Santander, localizadas no centro de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado. Segundo testemunhas contaram que os criminosos trocaram tiros com policiais militares e um dos suspeitos morreu. Outros seis homens foram presos. A Polícia Militar divulgou por meio de nota que às 11h30 desta sexta-feira dará detalhes da investida contra as agências bancárias de Santa Cruz do Capibaribe em uma coletiva no quartel do Derby, no Recife. 

De acordo com a PM, a ação foi coordenada pelo efetivo do 24° Batalhão, que reagiu contra os assaltantes. Segundo a PM, parte do dinheiro roubado pelos ladrões foi recuperado e apreendidos um fuzil, pistolas, munições, explosivos e dois veículos usados pela quadrilha. 

Segundo moradores do município, o assalto ocorreu por volta de 1h desta sexta. As pessoas relaram que ouviram barulho de disparos de arma de fogo, seguido de explosivos. Os criminosos teriam cercado a cidade, colocando grampos nas principais saídas para impedir o acesso da polícia. Mas após as duas explosões, os policiais chegaram e houve a troca de tiros com os integrantes da quadrilha. 

Um dos veículos utilizados pelo grupo criminoso foi abandonado durante a fuga na Avenida Padre Zuzinha, uma das principais da cidade. A Polícia Civil está investigando o caso. Peritos do Instituto de Criminalística já foram acionados para examinar as duas agências bancárias. 

Segundo o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, este ano, já foram registradas 60 explosões a banco, 42 arrombamentos, 35 assaltos, 23 crimes de estelionato, dois sequestros e duas invasões, totalizando 164 ocorrências. A maioria dos crimes ocorreu na região do Agreste, 72 casos, seguido da RMR com 36 ocorrências, Sertão com 34 e Zona da Mata com 22.

Prefeito Lula Cabral é preso na Operação Abismo da Polícia Federal


                                Foto: Alepe/Divulgação


O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), foi preso prevetivamente na manhã desta sexta-feira (19) na deflagração da Operação Abismo da Polícia Federal que investiga um esquema de fraudes no instituto de previdência do município da Região Metropolitana do Recife (RMR), o CaboPrev. A assessoria da Prefeitura ainda chegou a divulgar uma nota em que negava a prisão do socialista e que afirmava que Lula Cabral teria sido alvo de um mandado de busca e apreensão em sua residência.

Segundo as investigações, que correm em segredo de justiça, o prefeito da cidade teria supostamente ordenado a transferência de mais de R$ 90 milhões do instituto – que antes se encontravam investidos em instituições sólidas – para fundos de investimento que colocavam em em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores do município.


Além do prefeito, são alvos da operação empresários, lobistas, advogados, religiosos e outras pessoas que de uma forma tem participação com o esquema criminoso. Ao todo, 220 policiais federais estão cumprindo 64 ordens judiciais sendo 42(quarenta e dois) mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária, nos Estados de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal. As medidas foram determinadas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores depositados em contas em nome dos investigados.

Em Pernambuco, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e quatro de prisão preventiva nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Sagueiro e Vitória.

Os crimes que estão sendo imputados aos suspeitos são lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes financeiros, corrupção ativa e passiva, cujas penas ultrapassam os 30 anos de reclusão. Os presos serão levados até a sede da PF onde serão interrogados e logo em seguida irão ser encaminhados para os respectivos sistemas prisionais. Os presos de outros estados ficarão reclusos em sistemas prisionais de seus estados onde ficarão à disposição do TRF-5.

Vox Populi: Bolsonaro 44% e Haddad tem 39%

Nova pesquisa Vox Populi divulgada nesta sexta-feira (19) mostra Jair Bolsonaro com 44% das intenções de voto, enquanto Haddad está com 39%. 12% são de votos nulos e brancos.


A diferença caiu para apenas seis pontos.

No voto espontâneo, Bolsonaro tem 43% e Haddad fica em 37%.
Bolsonaro (PSL) permanece no Rio de Janeiro e Haddad (PT) foi a Curitiba (Arquivo/Tânia Regô / Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Robôs pró-Bolsonaro em ação

A 9 dias do segundo turno das eleições 2018, cresceu a atuação de robôs no Twitter, com destaque para os pró-Jair Bolsonaro (PSL), que respondeu por 70,7% dos tuítes identificados como sendo gerados por máquinas, segundo o Estadão.

Marqueteiro tucano diz que teve oferta de whatsapp ilegal


POR FERNANDO BRITO · no TIJOLAÇO


O meios para o crime cometido por aqueles que compraram “disparos” em massa no aplicativo Whatsapp estavam disponíveis.

A um partido ao menos – o PSDB – foram oferecidos, como registra Sílvia Amorim, em O Globo. Com testemunhas e a narrativa de uma delas, o publicitário Marcelo Vitorino, responsável pela área de comunicação digital da campanha de Geraldo Alckmin:

O consultor de marketing digital da campanha presidencial de Geraldo Alckmin(PSDB), Marcelo Vitorino, relatou ao GLOBO que participou de reunião em que uma empresa ofereceu ao partido a entrega de disparo de mensagens por WhatsApp para até 80 milhões de pessoas, usando cadastro de terceiros, o que é proibido por lei. 

A oferta do serviço, segundo ele, foi feita pelo presidente da empresa DOT Group, Luiz Alberto Ferla, num encontro na sede do PSDB em Brasília em 11 de julho, antes do início da campanha eleitoral. Segundo o PSDB, o serviço não foi contratado. A DOT Group nega que tenha oferecido o disparo de mensagens usando um cadastro de eleitores que não fosse o do partido.


A reunião era com o PSDB Mulher, presidido pela ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius. Participaram também advogados, sócios do marqueteiro de Alckmin, Lula Guimarães, Vitorino, Yeda e assessores

– Ele falou que tinha uma base de contatos de até 80 milhões de pessoas para a qual poderia fazer disparos – disse Vitorino.

A ilegalidade da operação, mesmo paga pelo partido, fez o PSDB recuar da proposta. Empresários ‘bolsonaristas” que chegam ao cúmulo de gravar vídeos coagindo o voto de seus empregados recuariam?

No news, fake news

POR FERNANDO BRITO · no TIJOLAÇO



O quase silêncio do Jornal Nacional, ontem, e o “mais que silêncio” da Justiça Eleitoral – só no final da tarde a Ministra Rosa Weber, acompanhada de uma pena de autoridades do Governo, falará sobre o caso – até agora ajudam a dar veracidade ao que publica a coluna Painel, da Folha:

Casos como esse, avaliam ministros de cortes superiores, pairam como uma espada sobre a cabeça de seus alvos e, num jogo político complexo como o que se desenha para 2019, podem ser usados como instrumento “de incentivo à moderação” do presidenciável e de seu companheiro, o general Hamilton Mourão, favoritos na disputa.

Numa palavra, creem que “cozinhando o galo”- diante do provável triunfo eleitoral do ex-capitão – terão como controlá-lo pelo que consideram uma “moeda de troca”: a lei e seu dever de zelar pela lisura das eleições.

Sim, porque a velocidade e a energia das reações ao que pode influir sobre o pleito falam por si.

No caso de uma mera entrevista do ex-presidente Lula moveram-se com a velocidade de um raio e o peso de um trovão. E, poucas horas, não se hesitou em revogar, numa penada, a decisão do ministro Ricardo Lewandowski que a permitia e, não bastando, entrou no circuito, sem mais delongas, o presidente do Supremo, Dias Tóffoli, para selar a imposição do silêncio, ainda que de forma juridicamente inepta e capenga.

A razão suprema é que a simples expressão das opiniões de Lula ou sua imagem em fotos ou na TV poderia influir nas eleições, causando”desinformação na véspera do sufrágio, considerando a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais”.

Agora, porém, diante da evidência de que esquemas empresariais foram montados, com pesados investimentos, para atuar na distribuição, em escala de centenas de milhões, de mensagens contendo “fake news” para demolir a imagem de um dos candidatos, a lebre virou cágado, mesmo diante da “proximidade do segundo turno das eleições presidenciais”.

A máquina de mentiras está tendo tempo e espaço para desconstruir a própria denúncia, transformando o crime em “armação do PT”. Aliás, a própria imprensa está sendo tratada como, perdão é o texto das redes, a “putinha do PT”.

Ignora-se o que dirão as autoridades formadas hoje na entrevista presidida por Rosa Weber, no TSE. “Vamos investigar com rigor” é pouco diante de um crime que terá sido exposto nada menos que 36 horas antes e que, até agora, não mereceu qualquer providência.

No silêncio e na inação, ficam o que antes se chamava opinião pública ao sabor das fake news e dos criminosos que as impulsionam e massificam.

Eles estão a um passo do poder e, diante dos cães de guerra ao autoritarismo, miam.

Não é difícil imaginar seu futuro.

Bolsonaro tem de aprender a ser poder

Mesmo virtualmente vitoriosos, bolsonaristas querem exercer o poder das vítimas
Reinaldo Azevedo – Folha de S.Paulo

Os auxiliares de Jair Bolsonaro estão buscando chifre em cabeça de cavalo e a quadratura do círculo. Nessa trilha, vão acabar encontrando alguma formação estranha. Não será nem chifre nem milagre geométrico, mas confusão. 
O candidato do PSL está virtualmente eleito. Seus homens de confiançaainda não começaram a falar a linguagem de quem vai ser poder. Ao contrário. Eles se batem contra uma espécie de Leviatã comunista que estaria no comando, a ameaçar o Brasil, e isso lhes impõe uma retórica beligerante, reativa e agressiva. E que, levada a efeito, nos empurraria e a si mesmos para o buraco. Hora de parar.
O general Aléssio Ribeiro Souto, que cuida da educação, concede uma entrevista e trata das deficiências do setor. Reclama do ensino ideologizado. Fato. Geralmente em escola privada, com ar-condicionado. Talvez o militar devesse ouvir Nego do Borel: "Se eu não guardo nem dinheiro, o que dirá guardar rancor?"
Na escola pública, quando o aluno encontrar uma cadeira inteira em que se acomodar, o professor eventualmente fará seu proselitismo —no dia em que houver aula, claro! 
Souto demonstra a preocupação de fazer a verdade de 1964 chegar aos professores. Como? Acha ainda que criacionismo e evolucionismo são alternativas a serem oferecidas aos estudantes, sem direcionamento. Errado. Para o primeiro, o STF autoriza aulas de religião, quando houver condições de oferecê-las, a quem quiser.
homem do agronegócio, do meio ambiente e da reforma agrária (é muita coisa reunida), Nabhan Garcia, da UDR, diz que há espaço para desmatamento na Amazônia. Bem lido o Código Florestal, há mesmo, desde que o dono ainda não tenha utilizado os 20% da terra que podem ser destinados à produção se a propriedade estiver em área de floresta. Então a boa conversa é defender a aplicação do código, um dos marcos legais que permitem ao Brasil, para o seu bem, entrar pela porta da frente no Acordo de Paris, que trata do clima. 
Isso é bom para os negócios, não ruim. O "desmatamento zero" tem como parâmetro o código. É um zero relativo, não absoluto. Mas aí Garcia reclama da fiscalização do Ibama, que seria abusiva. Bem, criem-se mecanismos contra os maus fiscais. O meio ambiente é hoje, no mundo, um critério e um filtro para fazer —ou não fazer— negócios. Produtores de ponta preveem problemas. E os haverá a ser mantida a proposta.
Garcia também diz que o governo não vai conversar com o MST. Considera suas práticas terroristas.

Algumas são mesmo. O país tem uma lei antiterrorismo, a 13.260, que traz uma marotice, no parágrafo 2º do artigo 2º. Se a prática violenta tem "propósitos sociais ou reivindicatórios", aí terrorismo não é. Faz sentido? Não! Atos terroristas costumam ter como justificativa o amor pela humanidade. 
Que se proponha, então, um projeto para mudar a lei. Mas venham cá: o MST é, em si, um movimento que pode ser tachado de terrorista? Todo ele? Será mesmo uma boa ideia juntar o meio ambiente com o agronegócio e cortar a interlocução com os sem-terra? 
Ousaria dizer que os competidores do Brasil aprovariam o pacote porque ele fragiliza a nossa reputação na arena global. E não adianta fingir que os outros não existem. Não parece inteligente.
Gustavo Bebianno, interlocutor do primeiro círculo do bolsonarismo, candidato a ministro da Justiça, diz que não haverá diálogo com a oposição. Ora, o pressuposto do regime democrático é a existência de grupos que se opõem. Nas democracias, que não cortam a cabeça de adversários no escurinho do consulado, o que legitima o governo é a oposição, que também é eleita pelo povo. 
Essa conversa de considerar o adversário inimigo da pátria é coisa de quem quer rachar o país em vez de uni-lo na divergência. E que considera que brasileiros de respeito são apenas aqueles que aderem ao vencedor. Já vi esse troço com sinal trocado. Termina mal.
Os mais otimistas apostam que a vitória será uma boa conselheira de Bolsonaro. Tomara! Saber ganhar é mais importante do que saber perder. Por motivos óbvios. Afinal, quem vence fica com as batatas.

Guerra suja nas redes sociais expõe o Fake TSE


Josias de Souza

Antes do início da campanha de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral trombeteou a notícia de que não toleraria o uso das redes sociais para a difusão de notícias falsas. Presidente do tribunal na época, o ministro Luiz Fux chegou a dizer que seriam expurgados do processo eleitoral candidatos que jogassem sujo na internet. Hoje, verifica-se que a ameaça do ministro era, ela própria, uma notícia falsa.
A Justiça eleitoral não conseguiu coibir nem mesmo a difusão de falácias sobre supostas violações de urnas eletrônicas. O TSE e seus ministros limitaram-se a emitir declarações protocolares sobre a segurança do processo eletrônico de votação. Nem sinal de punições. O próprio Jair Bolsonaro chamou de fraude a votação que resultou no segundo turno. E ficou por isso mesmo.
Sem controle, a lama escorre livremente pelos visores dos celulares e tablets na forma de desinformação, mistificação e notícias falsas. O lodo vem da esquerda e da direita. Mas Jair Bolsonaro prevalece na quantidade. Notícia da Folha de S.Paulo ajuda a entender o fenômeno: Empresários compram ilegalmente pacotes de mensagens anti-PT difundidas via WhatsApp. Isso é crime. Deveria ser punido. Mas a guerra suja nas redes sociais e no WhatsApp revela a existência de um Fake TSE.

Suspeita de uso ilegal do WhatsApp

Sombra deve pairar sobre Bolsonaro mesmo após a eleição
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
Há forte expectativa no meio jurídico sobre o ritmo que o TSE vai imprimir aos pedidos de investigação de empresários pró-Jair Bolsonaro (PSL) que compraram pacotes para disparar mensagens em massa, via WhatsApp, contra o PT. Ninguém aposta em um desfecho precoce –nem tampouco que a corte enterre o assunto. A analogia é com o caso da chapa Dilma-Temer, que dormitou e foi acionado em meio a uma crise, quando ela já havia caído e o presidente padecia em escândalos.
Casos como esse, avaliam ministros de cortes superiores, pairam como uma espada sobre a cabeça de seus alvos e, num jogo político complexo como o que se desenha para 2019, podem ser usados como instrumento “de incentivo à moderação” do presidenciável e de seu companheiro, o general Hamilton Mourão, favoritos na disputa.

A guerra da propaganda vitual

Os donos da Crocs Service, uma das empresas que vendem disseminação de mensagens em massa pelo WhatsApp, usam suas redes pessoais para fazer propaganda da dobradinha Bolsonaro e Romeu Zema (Novo), candidato ao governo de Minas.

Zema registrou a contratação da empresa, por R$ 200 mil, em sua prestação de contas. Ele disparou na última semana do primeiro turno ao se associar a Bolsonaro.
A revelação do apoio privado à máquina de propaganda virtual do PSL, publicada pela Folha, será levada pela campanha de Fernando Haddad ao horário eleitoral desta sexta (19).
A ideia da comunicação petista é exibir uma espécie de editorial, sustentando que o adversário fez da mentira sua principal arma política. Já forte, o tom da campanha de Haddad tende a ficar ainda mais emocional na reta final. (Painel – Folha SP)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Governador Paulo Câmara reforça apoio às universidades


O governador reeleito Paulo Câmara (PSB) voltou a se reunir, na manhã de hoje, com professores, pesquisadores e reitores para ratificar seu apoio às universidades e todo seu histórico de luta pela inclusão, democracia e pluralidade. No encontro, realizado em uma cafeteria do Recife, foi assinado um manifesto democrático que enaltece o debate de ideias contra a intolerância, o desrespeito, as perseguições e o discurso do ódio contra essas instituições e que tem se mostrado muito presente no atual debate eleitoral nacional. O documento também se opõe aos cortes e congelamentos nos investimentos públicos destinados à educação, o que tem prejudicado e reduzido o número das bolsas para pesquisa, das cotas de acesso à universidade, do Fies, do Prouni e do Pronatec, entre outros importantes investimentos na área. Paulo aproveitou a ocasião para registrar a importância da eleição de Fernando Haddad (PT) para construção de um país melhor.

“Vencemos a primeira etapa, em Pernambuco, mas temos um desafio maior de vencer essa segunda etapa no Brasil. Por isso que estamos nesse esforço concentrado, para reforçar valores que nós tanto prezamos e que estão sofrendo um grande ataque dessa postulação. Valores que todos sabem da importância e da luta que foi para consolidá-los no Brasil. Então, precisamos continuar lutando por Pernambuco e por um Brasil melhor, com uma grande vitória aqui para o Haddad. Vamos ajudar o Haddad a vencer, com o Nordeste mais uma vez ajudando o Brasil”, frisou Paulo.
O líder pernambucano ainda clamou a união de todos no enfrentamento às propostas antidemocráticas que ameaçam aniquilar conquistas e projetos sociais do povo brasileiro. “A inclusão que nós fizemos, a diminuição da desigualdade, a busca por permitir o acesso dos mais pobres a tanta coisa, nos últimos anos, nas últimas décadas, não podem ser esquecidos. Não podemos andar para trás”, cravou.
Luciana Santos (PCdoB), eleita vice-governadora de Pernambuco, enfatizou que o momento é de luta e resistência. “A gente não pode se intimidar! Temos que ir para as ruas, temos que fazer um debate de ideias. Não nos resta outra atitude que não seja resistir, denunciar e ir para luta. Fazer o debate de ideias nas redes e continuar essas iniciativas que estão sendo feitas aqui, como o manifesto, como as atividades em favor da democracia. É isso que nós temos que fazer, lutar até o último dia para garantir que o povo possa ser feliz de novo”, disse.
Representando a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (ADUFEPE-PE), o professor Edeson Siqueira afirmou que o momento não é de omissão, a comunidade acadêmica não pode se calar diante dessa ameaça de retrocesso. “Onde a universidade chega ela muda a cara daquela região, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista social. Ela contribui não apenas para a formação de capital humano qualificado, para a produção de conhecimento, mas para a mudança social e econômica local. A comunidade acadêmica e universitária não pode se calar diante de tanta arbitrariedade que estamos vivendo nesse processo eleitoral. Estamos dispostos a continuar essa luta em defesa da universidade pública, de qualidade e gratuita”, salientou

Whatsapp pago não é ‘apoio voluntário’, é crime eleitoral

POR FERNANDO BRITO · no TIJOLAÇO

A reação do deputado Jair Bolsonaro às denúncias de que empresas pagaram para que centenas de milhões de mensagens do aplicativo Whatsapp, chamando de “apoio voluntário” o que é um crime não o exime das consequências do fato, que vai muito além da punição por propaganda eleitoral irregular, o que seria passível de multas.

É que o uso de recursos empresariais em campanhas politicas não é propaganda em desacordo com as normas, mas financiamento da campanha (que é, essencialmente propaganda) com recursos ilegais. A questão central, juridicamente, é o dinheiro, não a corrente de whattsapp que a admissão do nosso TSE deixou correr frouxa.

É, para usar a expressão popular, pior que “Caixa 2”, porque esta seria apenas o uso de recursos não declarados ou contabilizados, mesmo que, na época, não fosse ilegal doação de empresa. Como agora é, passam a ser valores ilegais, criminosos.

Embora seja importante o fato, denunciado pelo PT, de que há provas de que Bolsonaro pediu este tipo de ajuda a empresários, durante jantares, ele ter conhecimento ou não dos detalhes das operações, do ponto de vista legal, não muda o crime, porque o beneficiário é ele.

É o famoso brocardo jurídico do Cui prodest? dito por Cícero, usando as palavras de Sêneca em Medéia: “cui prodest scelus, is fecit”- “aquele que lucra com o crime foi quem o cometeu”.

A agora presidente do TSE, Rosa Weber, no julgamento da Ação de Inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados e acolhida por 8 votos a 3 pelo Supremo disse que ““a influência do poder econômico culmina por transformar o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, que faz o eleitor um fantoche.”

Resta saber se a Doutora vai deixar que o jogo prossiga com as cartas marcadas e que Jair Bolsonaro ascenda ao governo pelo crime.