Polícia Federal apura se senador recebeu propina em troca de ajuda à OAS.
Renan Ramalho - Do G1, em Brasília
O
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de
fiscalização ligado ao Ministério da Fazenda, indicou "operações
suspeitas de lavagem de dinheiro" envolvendo o presidente do DEM, o
senador Agripino Maia (RN), no valor de R$ 15.908.096,00.
O
dado integra investigação sobre o senador que apura suposto recebimento
de propina da construtora OAS em troca de ajuda para liberar
empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
O
senador nega recebimento de propina e favorecimento à empresa. "Sou
acusado de facilitar pagamentos feitos a OAS pelo BNDES. Que força teria
eu no BNDES sendo líder de oposição há treze anos?", disse, por meio de
nota.
As
"operações suspeitas", diz o relatório de inteligência do Coaf, teriam
sido realizadas entre o senador, empresas de familiares e assessores, de
dezembro de 2011 a novembro de 2014, "exatamente em épocas de campanhas
eleitorais".
Para
a Polícia Federal, trata-se de um indício de que pedidos de doações
eleitorais feitos por Agripino à OAS "foram prontamente atendidos, e
podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina".
Obras no Arena das Dunas
A suposta vantagem da OAS ao senador teria sido paga, segundo as investigações, em troca da atuação do senador junto a órgãos de fiscalização com o objetivo de destravar financiamento do BNDES para a OAS realizar obras na Arena das Dunas, estádio construído em Natal para sediar as obras da Copa do Mundo de 2014.
Em discurso no último dia 26 de abril no Senado, Agripino admitiu ter se reunido com conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para esclarecer supostas irregularidades na obra. Disse, no entanto, que o órgão de fiscalização não aceitou as explicações. O aval do tribunal era necessário para destravar o empréstimo do BNDES.
A suposta vantagem da OAS ao senador teria sido paga, segundo as investigações, em troca da atuação do senador junto a órgãos de fiscalização com o objetivo de destravar financiamento do BNDES para a OAS realizar obras na Arena das Dunas, estádio construído em Natal para sediar as obras da Copa do Mundo de 2014.
Em discurso no último dia 26 de abril no Senado, Agripino admitiu ter se reunido com conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para esclarecer supostas irregularidades na obra. Disse, no entanto, que o órgão de fiscalização não aceitou as explicações. O aval do tribunal era necessário para destravar o empréstimo do BNDES.
Mas,
segundo o senador, foi o Tribunal de Contas da União (TCU), que deu
parecer favorável. Agripino diz não ter atuado junto ao órgão no caso.
Em relação às movimentações financeiras, Agripino sustenta que são
relacionadas a negócios de sua família. Em nota, diz desejar celeridade
na apuração dos fatos e diz que seus extratos bancários e declarações de
Imposto de Renda "esclarecerão definitivamente a movimentação
financeira questionada".
Inquérito
O inquérito foi aberto no ano passado a partir da descoberta de trocas de mensagens de celular entre Agripino e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, numa investigação da Operação Lava Jato. Como o caso de Agripino não está relacionado a desvios na Petrobras, ficou de fora da Lava Jato e tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.
Inquérito
O inquérito foi aberto no ano passado a partir da descoberta de trocas de mensagens de celular entre Agripino e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, numa investigação da Operação Lava Jato. Como o caso de Agripino não está relacionado a desvios na Petrobras, ficou de fora da Lava Jato e tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.
Já
foram autorizadas quebras de sigilo de Agripino, vários de seus
parentes e de empresas ligadas à família. O próprio senador e um de seus
filhos, o deputado federal Felipe Maia (DEM-RN), deverão depor no caso.
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