Um
dia depois de o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
negar publicamente que possui contas no exterior nem qualquer
patrimônio que esteja "sob sua propriedade", o Ministério Público da
Suíça reafirmou que elas pertencem ao peemedebista. Segundo o MP, as
contas encontram-se bloqueadas à espera de uma condenação definitiva das
autoridades brasileiras para devolver o dinheiro sequestrado ao país.
—
Podemos informar que o Brasil solicitou a assistência jurídica mútua, a
fim de bloquear as contas de Eduardo Cunha. Esse pedido foi aceito e os
ativos também foram apreendidos por meio dessa assistência. Agora, é
aguardada uma decisão das autoridades brasileiras ou sua liberação por
um tribunal brasileiro para que haja a repatriação dos ativos em
definitivo - informou nesta sexta-feira a procuradoria suíça, por meio
de sua assessoria.
Em
outubro do ano passado, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato
no Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a determinar a transferência
do dinheiro depositado em nome de Cunha na Suíça. Segundo o Ministério
Público Federal, são aproximadamente 2,5 milhões de francos suíços,
equivalentes a cerca de R$ 9,6 milhões. O dinheiro está bloqueado na
Suíça até o julgamento definitivo do deputado afastado.
Segundo
as investigações realizadas pelas autoridades suíças, Cunha era titular
de três contas na Suíça, e a mulher dele, Cláudia Cruz, era titular de
outra. Duas das contas de Cunha foram encerradas antes que as
autoridades suíças conseguissem bloquear o valor. As outras duas contas
tinham saldo de 2,39 milhões de francos suíços e de 176 mil francos
suíços. O dinheiro teria sido proveniente de pagamento propina referente
a contratos da Petrobras.
No
inquérito aberto no STF, também são investigadas a mulher de Cunha e
uma das filhas dele, Danielle Dytz da Cunha Dotorovitch. A suspeita é de
que os três tenham cometidos crimes de evasão de divisas e lavagem de
dinheiro. O deputado também é suspeito de corrupção.
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