Do NE-10
As fortes chuvas e o vendaval de hoje no Recife são resultados de um
sistema atmosférico chamado Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). De
acordo com o doutor em meteorolgista Roberto Pereira, da Agência
Pernambucana de Águas e Climas (Apac). Pernambuco está sob a influência
desse sistema que causa trovoadas, chuvas fortes e rajadas de vento que
podem passar dos 50 km/h, e até chuvas de granizo como foi registrado no
Agreste pernambucano.
“O Estado está no que chamamos de borda do VCAN, o que significa que
teremos chuvas até o domingo (31), porém a intensidade vai diminuindo.
Os períodos da noite serão os mais chuvosos”, explicou o especialista
que ainda afirmou: “A incidência dos raios acontece na formação desse
sistema, mas se tornam mais raros durante seu desenrolar", disse
Pereira.
Em apenas três horas de chuva - a partir das 14h - a cidade de
Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi a que registrou
maior acúmulo de precipitação, com volume de 71mm. A capital
pernambucana apresenta 51mm e em Paulista, também na RMR, o acúmulo
chegou aos 41mm. Segundo a Apac, ao passar dos 40mm de chuva já é
considerado estado de alerta.
O meteorologista Roberto Pereira explicou ainda que o VCAN que
deixou um rastro de destruição no Grande Recife é um fenômeno ligado,
geralmente, ao início das chuvas no Sertão do Estado, mas que em anos em
que o El Niño está mais intenso, os reflexos ficam mais fortes e comuns
no mês de janeiro. "A última vez que tivemos um El Niño tão forte foi
em 1998", relembrou.
O sistema VCAN ainda gera uma nuvem que pode chegar aos 12 km de
altura - mais alto do que o nível de tráfego dos aviões. O especialista
alerta que esse tipo de nuvem é extremamente perigosa para as aeronaves.
“Os aviões são equipados com instrumentos que detectam essas situações e
os pilotos evitam passar perto delas por causa da turbulência que
causa. Além disso, tentar atravessa uma nuvem dessas é suicídio”,
ressaltou Roberto Pereira.
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