Matéria publicada no site do Instituto Lula
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou informações hoje (6/01)
à Polícia Federal sobre as Medidas Provisórias 471/2009 e 512/2010,
editadas em seu governo para promover o desenvolvimento das regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sem favorecimento a qualquer setor. Lula
prestou informações ao delegado Marlon Cajado em Brasília, colaborando,
como sempre faz, para esclarecer a verdade. O ex-presidente não é
investigado ou testemunha no inquérito.
A
MP 471/2009 prorrogou, de 2010 até 2015, incentivos fiscais concedidos
desde 1997 e 1999 a indústrias automotivas e de autopeças instaladas nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País e foi aprovada por
unanimidade no Congresso. A MP 512/2010 estendeu os incentivos a novos
projetos destas indústrias, com exigência de novos investimentos em
tecnologia e inovação.
As
duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete
parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás. Ambas
resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas,
governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de
motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda,
incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência
dos incentivos federais.
Lula
não era mais presidente da República em 2013, quando o Congresso
Nacional acrescentou emenda parlamentar à MP 627 relativa a tributação
de empresas no exterior, emenda esta que prorrogou os incentivos
regionais de 2015 para 2020.
Em
1o de outubro de 2015, o jornal O Estado de S. Paulo tentou vincular a
MP de 2009 a um contrato assinado em 2014, cinco anos depois, entre a
empresa LFT Marketing Esportivo, de Luiz Cláudio Lula da Silva, filho de
Lula, e o escritório Marcondes e Mautoni, investigado na Operação
Zelotes, que originalmente apurou favorecimento a grandes empresas no
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Os jornalistas estão
sendo processados por Luís Cláudio.
Três
semanas depois, o escritório da LFT foi alvo de uma operação busca e
apreensão, solicitada por dois procuradores da Zelotes e autorizado por
uma juíza substituta de Brasília. A ação foi considerada desproporcional
e ilegal pela desembargadora federal Neuza Alves, do TJDF. O inquérito
das MPs foi arquivado sem indiciar Luís Cláudio Lula da Silva.
O
delegado Marlon Cajado abriu novo inquérito e foi neste procedimento
que Lula prestou informações. O ex-presidente negou que a edição das
Medidas Provisórias ou qualquer outro ato de seu governo tenha relação
com o contrato entre as empresas Mautoni e LFT.
A data e o horário do depoimento foram definidos pelo delegado Cajado com os advogados do ex-presidente em dezembro passado
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