247 – Em 2008, no segundo governo do ex-presidente
Lula, o Brasil ganhou, pela primeira vez, o grau de investimento da
agência de classificação de risco Standard & Poor´s, algo que não
havia acontecido durante os oito anos do governo anterior, de Fernando
Henrique Cardoso.
Nesta quarta-feira, o País perdeu o selo de bom pagador da S&P, o
que gerou críticas ferrenhas por parte da oposição, que até reforçaram o
discurso do golpe. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, falou em
"fim do governo Dilma" logo após a notícia. Hoje, declarou que estamos
"vivendo o caos anunciado".
Em matéria de risco, no entanto, o PSDB não pode cantar de galo, como
mostra a tabela da própria agência. Durante o governo Itamar Franco, a
nota do Brasil era apenas B. Depois que FHC assumiu como presidente, em
1995, o rating chegou a ser elevado para B+ e BB-, mas voltou para B+ em
2002, ano em que o tucano deixou o posto.
Após o início do governo Lula, a melhora da nota foi cada vez mais
acentuada. Em 2004, voltou a subir para BB-. Em 2006, mais um degrau:
BB. Em 2007, o rating subiu para BB+ e, em 2008, o País entrou para o
clube dos devedores com melhor qualidade de crédito, com BBB-, subindo
ainda em novembro de 2011 para BBB.
Um novo rebaixamento da nota só foi registrado em maio de 2014,
quando voltou para BBB-, mas ainda mantendo o grau de investimento no
País. O rating permaneceu o mesmo em julho deste ano. Na noite desta
quarta-feira, o Brasil voltou ao primeiro nível sem grau de
investimento.
Durante os governos do PSDB, o Brasil precisou recorrer três vezes ao
Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de empréstimos e sempre
esteve próximo ao risco especulativo. O selo de bom pagador só foi
conquistado com Lula e sua política de acumulação de reservas
internacionais.
"O governo brasileiro continua trabalhando para melhorar a execução
fiscal e torná-la sustentável. É fundamental a retomada do crescimento.
Você vai notar que de 1994 a 2015 só em sete anos, a partir de 2008, a
nota foi acima de BB+", lembrou a presidente Dilma Rousseff em
entrevista concedida ao jornal Valor Econômico nesta quinta-feira.
"Portanto", acrescentou Dilma, "essa classificação não significa que o
Brasil esteja em uma situação em que não possa cumprir as suas
obrigações. Pelo contrário, está pagando todos os seus contratos como
também temos uma clara estratégia econômica. Vamos continuar nesse
caminho e vamos retomar o crescimento deste país".