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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Em matéria de risco, PSDB não pode cantar de galo

247 – Em 2008, no segundo governo do ex-presidente Lula, o Brasil ganhou, pela primeira vez, o grau de investimento da agência de classificação de risco Standard & Poor´s, algo que não havia acontecido durante os oito anos do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso.
Nesta quarta-feira, o País perdeu o selo de bom pagador da S&P, o que gerou críticas ferrenhas por parte da oposição, que até reforçaram o discurso do golpe. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, falou em "fim do governo Dilma" logo após a notícia. Hoje, declarou que estamos "vivendo o caos anunciado".
Em matéria de risco, no entanto, o PSDB não pode cantar de galo, como mostra a tabela da própria agência. Durante o governo Itamar Franco, a nota do Brasil era apenas B. Depois que FHC assumiu como presidente, em 1995, o rating chegou a ser elevado para B+ e BB-, mas voltou para B+ em 2002, ano em que o tucano deixou o posto.
Após o início do governo Lula, a melhora da nota foi cada vez mais acentuada. Em 2004, voltou a subir para BB-. Em 2006, mais um degrau: BB. Em 2007, o rating subiu para BB+ e, em 2008, o País entrou para o clube dos devedores com melhor qualidade de crédito, com BBB-, subindo ainda em novembro de 2011 para BBB.
Um novo rebaixamento da nota só foi registrado em maio de 2014, quando voltou para BBB-, mas ainda mantendo o grau de investimento no País. O rating permaneceu o mesmo em julho deste ano. Na noite desta quarta-feira, o Brasil voltou ao primeiro nível sem grau de investimento.
Durante os governos do PSDB, o Brasil precisou recorrer três vezes ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de empréstimos e sempre esteve próximo ao risco especulativo. O selo de bom pagador só foi conquistado com Lula e sua política de acumulação de reservas internacionais.
"O governo brasileiro continua trabalhando para melhorar a execução fiscal e torná-la sustentável. É fundamental a retomada do crescimento. Você vai notar que de 1994 a 2015 só em sete anos, a partir de 2008, a nota foi acima de BB+", lembrou a presidente Dilma Rousseff em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico nesta quinta-feira.
"Portanto", acrescentou Dilma, "essa classificação não significa que o Brasil esteja em uma situação em que não possa cumprir as suas obrigações. Pelo contrário, está pagando todos os seus contratos como também temos uma clara estratégia econômica. Vamos continuar nesse caminho e vamos retomar o crescimento deste país".

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