O cantor Chico Buarque foi a mais nova vítima de
redicais antipetistas, que já hostilizaram nos últimos três meses os
ex-ministros Guido Mantega (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde) e o
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Os dois primeiros foram
hostilizados em restaurantes e o terceiro numa livraria.
O autor de “Apesar de você” e dezenas de outros clássicos da MPB foi
hostilizado ao sair ontem (23) à noite de um restaurante no bairro do
Leblon, no Rio de Janeiro.
Ele acabara de jantar em companhia de cinco amigos: o também cantor
Edu Lobo, filho do pernambucano Fernando Lobo, o jornalista Eric
Nepomuceno e os cineastas Cacá Diegues e Miguel Faria Jr. Este último
produziu o documentário “Chico, um artista brasileiro” que está em
cartaz nos cinemas do país.
– Você é um merda, quero ouvir da sua boca: quem apoia o PT o que é? – perguntou um dos rapazes.
– É petista – respondeu Chico Buarque.
– É um merda – insistiu o provocador.
– É petista – respondeu Chico Buarque.
– É um merda – insistiu o provocador.
Depois, o grupo questionou o fato de o autor de “A Banda” ser proprietário de um apartamento em Paris.
– Para quem mora em Paris é fácil – declarou um deles.
– Você mora em Paris? – perguntou Chico.
– Você mora em Paris? – perguntou Chico.
O grupo passou a hostilizar o compositor gritando “petista”, “ladrão”, “vai para Paris”, “vai para Cuba”.
Mesmo assim ele não perdeu a calma, nem mesmo quando um dos rapazes virou-se para ele e disse: “O PT é bandido”.
– Eu acho que o PSDB é bandido – retrucou o compositor.
Em defesa de Chico, o jornalista Eric Nepumoceno sintetizou a cena
com essas palavras: “É muito impressionante a fúria agressiva dessa
direita que saiu do armário embutido. Estávamos numa ótima, de repente
vieram os caras, muito agressivos. Eu estava mais irritado que o Chico,
mas depois nós todos demos risada”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário