Menos de 24 horas depois de fazer um dos discursos mais duros de sua
trajetória política criticando o “golpismo” e “os moralistas sem moral”
que tentam interromper seu mandato, a presidente Dilma Rousseff voltou a
criticar os opositores que “tentam um golpe disfarçado” para “chegar
mais rápido em 2018″. Ela discursou nesta quarta (14) no 1º Congresso
Nacional do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), em São Bernardo
do Campo.
No palco estavam também Miguel Rossetto, ministro do Trabalho e
Previdência Social, Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário,
Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, e seu vice Frank
Aguiar, além de lideranças de movimentos sociais e sindicais como João
Pedro Stédile, do MST, e Rafael Marques, do Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC.
Dilma voltou a falar sobre a sua trajetória política “ilibada” e
“biografia limpa” e destacou que jamais utilizou em proveito próprio
atividade de presidente da república. “Tenho certeza que tentaram
encontrar alguma coisa contra mim, mas não vão encontrar”, disse.
Ela reconheceu que o Brasil vive uma “crise política séria” e afirmou
que a oposição está tentando instaurar um golpe como se fosse “uma
manifestação oposicionista”.
“Eles usam argumentos dos mais artificiais, jogam no quanto pior
melhor. Quanto melhor para eles pior para o povo brasileiro”, voltou a
dizer.
A presidente também falou sobre a crise econômica vivida pelo país,
sinalizando que apesar do ajuste fiscal, o governo não abandonou os
programas sociais.
“Alguns dizem que o governo deixou de fazer política social, é
mentira”, disse Dilma, citando as novas vagas abertas em universidades
públicas, as casas construídas no programa Minha Casa Minha Vida e
outros números. “Ninguém que está apertando o cinto deixa os seus filhos
abandonados”, emendou.
Antes da presidente iniciar sua fala, o representante do MPA,
Anderson Amaro, elogiou Dilma pelo discurso de terça (13) e pediu que
ela retomasse a agenda com os movimentos sociais que a elegeram.
“Aqui presidente e companheira Dilma, está o povo que te apoia e te
apoiou. Esse é seu povo, pode confiar e se jogar nos braços dele”. Amaro
questionou as 40 mil escolas fechadas no campo e disse que não podemos
“continuar tendo esse tipo de política”.
Dilma voltou a justificar que as “pedaladas fiscais” foram realizadas
para arcar com os programas sociais, como Bolsa Família e Minha Casa
Minha Vida. Na terça, o ex-presidente Lula tinha comparecido ao evento
do MPA e também justificou as “pedaladas fiscais” feitas pela sucessora
para manter programas sociais.
Antes de ir ao Congresso, Dilma esteve em São Carlos para entrega de
residências do Minhas Casa, Minha Vida. Lá, afirmou que o governo lutará
diariamente para que o país volte a crescer.
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