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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Pesquisa inédita em Pernambuco aponta envelhecimento do corpo docente da rede pública de ensino

O corpo docente das escolas municipais e estaduais de Pernambuco está envelhecendo.
Um levantamento realizado pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente (Gestrado) da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, confirma um dado preocupante e que influência diretamente o desenvolvimento educacional do estado.
O estudo denominado “Trabalho na Educação Básica em Pernambuco” aponta que 46% dos professores das redes municipais e estadual têm mais de 20 anos de carreira.
Apenas 15% dos entrevistados possuem menos de 10 anos dentro na rede pública.
Entre os funcionários de escolas, 51% dos entrevistados apresentaram tempo de atuação na educação acima de 20 anos. No outro extremo, 32% têm até nove anos de trabalho na educação.
Para os pesquisadores o dado é preocupante devido à iminência do período de aposentadoria para grande parte da categoria e a falta de concursos públicos que promovam o ingresso de jovens na carreira.
O perfil sociodemográfico traçado pelos pesquisadores mostra ainda que a categoria de trabalhadores em educação é composta em sua maioria por mulheres, sendo 82% entre os docentes e 75% funcionários, sobretudo nos estabelecimentos que ofertam a educação infantil, onde esse percentual sobe para 94% e 80%, respectivamente. A pesquisa revela, também, que somente 29% dos docentes e 21% de funcionários se autodeclaram brancos. O estudo mostra que a idade média dos docentes é de 40 anos e dos funcionários de escola 41 anos e seis meses.
No tocante a realidade socioeconômica dos docentes, 78% das mulheres entrevistas são as principais provedoras de renda do grupo familiar. No caso dos homens ouvidos pela pesquisa, esse número chega a 87%. Em relação à formação profissional dos docentes, a pesquisa aponta que 94% dos professores ouvidos informaram ser habilitados em Pedagogia e/ou cursos de licenciatura. Além disso, 56% dos docentes alegaram possuir pós-graduação, concentrando-se em sua maioria nos cursos de especialização.
O estudo “Trabalho na Educação Básica em Pernambuco” tem o objetivo de traçar um panorama da educação básica no estado. A pesquisa apresenta conclusões em quatro aspectos: o perfil do trabalhador em educação; os docentes e as políticas de avaliação educacional de Pernambuco; a saúde do trabalhador em educação e; a visão dos trabalhadores em educação sobre a representação sindical.
O perfil do trabalhador (as características demográficas e socioeconômicas) é o primeiro resultado apresentado pelo levantamento que avaliou 60 unidades educacionais em 17 municípios do estado, incluindo o Recife. O estudo foi realizado em escolas estaduais, municipais e creches. Foram ouvidas 1591 pessoas, entre professores e funcionários de escolas.
O Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais é o responsável pela coordenação da pesquisa “O Trabalho Docente na Educação Básica no Brasil”, que entre os anos de 2009 e 2010 percorreu sete estados do Brasil – MG, PA, RN, GO, ES, PR e SC – com intuito de traçar o perfil da educação no país.
O trabalho, feito em parceria com oito grupos de pesquisa de universidades públicas do país, contou com o apoio financeiro da Secretaria de Educação Básica do MEC e procurou responder às seguintes questões: Quem são os docentes brasileiros que atuam na educação básica? O que fazem? Em que condições realizam seu trabalho? Com o objetivo de coletar essas respostas, a pesquisa se desenvolveu por meio de questionários, aplicados em 428 escolas localizadas nas capitais e em outros quatro municípios dos sete estados. Ao todo, foram entrevistados 8.770 docentes.
Em Pernambuco, diferentemente dos outros estados, a pesquisa contou com o apoio financeiro e logístico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe).
Com um diferencial de abordar as questões relativas ao perfil dos funcionários da educação e também a relação dos trabalhadores com Sindicato. O levantamento realizado em Pernambuco será incorporado ao conjunto dos estudos realizados nos outros sete estados.

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