E eis que, tantos anos depois do regime militar, os brasileiros são obrigados a lidar, hoje, com um ditador: Joaquim Barbosa.
A perseguição que JB move contra José Dirceu e José Genoino é típica
dos ditadores: ele decide, ele faz sua livre interpretação dos fatos e
das leis, ele decide, ele executa.
Não há limites nesta louca cavalgada.
A pergunta mais dramática que emerge disso é a seguinte: como um
homem pode enfeixar tamanho poder sem que haja contrapesos que impeçam
arbitrariedades, caprichos ou apenas malvadezas?
Importante observar: um homem que não tem votos. Ou melhor: um juiz
que teve um voto, o de Lula, no que foi com certeza seu maior erro.
Um presidente do STF simplesmente não pode deter tanto poder. Esta é a
maior lição que o caso Joaquim Barbosa traz aos brasileiros.
(...)
O PT terá – tem — um problema interno por conta da forma como sua cúpula administrou a questão de Dirceu.
Mas o maior problema é o da sociedade brasileira. Como a sociedade
pode estar protegida de um presidente do STF que decida agir
ditatorialmente, como um Bonaparte desgovernado das leis?
Joaquim Barbosa vai passar, mas se as circunstâncias que lhe
permitiram fazer o que faz permanecerem intocadas, corremos todos o
risco de novos Joaquins Barbosas nos atazanarem no futuro.
Nos dias em que são rememorados os 50 anos do golpe de 54, uma nova
forma de ditadura parece assombrar os brasileiros, em que a farda foi
substituída pela toga.
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