O estudante Gil Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses em regime
fechado pelo assassinato de seu pai, Luis Rugai, e de sua madrasta,
Alessandra Troitino, ocorrido em março de 2004.
Na sentença, o juiz Adilson Paukoski Simoni chamou o condenado de
dissimulado e "extremamente perigoso". Entretanto, determinou que ele
poderá recorrer em liberdade. Segundo o juiz, Rugai pode pedir
progressão para o regime semiaberto com o cumprimento de 5 anos, 7 meses
e 15 dias de pena. Rugai já cumpriu cerca de dois anos de pena.
A sentença é o resultado de cinco dias de julgamento, encerrado nesta sexta-feira (22) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Neste período, foram ouvidas 15 testemunhas (sendo cinco de acusação, sete de defesa e três do juízo), além do réu, que foi interrogado pelo juiz, por seus advogados e pelo promotor.
A sentença é o resultado de cinco dias de julgamento, encerrado nesta sexta-feira (22) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Neste período, foram ouvidas 15 testemunhas (sendo cinco de acusação, sete de defesa e três do juízo), além do réu, que foi interrogado pelo juiz, por seus advogados e pelo promotor.
saiba mais
Gil Rugai negou o crime. "Não fui eu [quem matou]. Agora quem foi eu não sei", disse o jovem de 29 anos.
Logo no começo do julgamento, a defesa já tinha anunciado que iria recorrer caso o julgamento terminasse em condenação.
As principais provas apresentadas contra o réu foram a pegada de Gil Rugai em uma porta arrombada no local do crime e a localização da arma que matou o casal. Ela pertencia ao jovem.
Na sentença, o juiz Simoni ressaltou as estratégias adotadas por Gil
Rugai ao longo do processo. “Nesse passo, forçoso é concluir, que, como o
réu, a todo momento nos autos, negou qualquer envolvimento nos
homicídios das vítimas, mantendo socialmente uma aparência de bom moço,
até freqüentando igreja, demonstra personalidade intensamente
dissimulada, cuja personalidade nesse contexto fático-jurídico, aponta
cuidar-se de pessoa extremamente perigosa”, escreveu o juiz.
Apesar da avaliação, o juiz justificou o respeito à hierarquia para
determinar que Gil Rugai recorra em liberdade. "Em respeito à hierarquia
inerente ao conjunto de normas de nosso país - e ninguém está acima da
lei - por não haver presentemente encarceramento por estes autos,
tratando-se ainda de réu primário, sem antecedentes judiciais,
faculto-lhe recorrer dessa decisão em liberdade", afirmou o juiz.
Anteriormente, Rugai havia obtido habeas corpus do Supremo Tribunal
Federal (STF) para permanecer em liberdade.
Tese da acusação
Os jurados acreditaram na tese do promotor do caso de que Gil matou o casal porque teve medo de que seu pai levasse adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia por causa de um desvio de dinheiro ocorrido na produtora da vítima, a Referência Filmes.
O promotor também apontou o que chamou de outras contradições no interrogatório de Gil. Uma delas é sobre o local onde ocorreu uma discussão entre pai e filho dias antes do assassinato. Gil disse que não esteve na produtora do pai. Já em interrogatório prestado anteriormente, afirmou que após jantar com Luis em um restaurante, concluiu a conversa na sede da Referência Filmes.
Os jurados acreditaram na tese do promotor do caso de que Gil matou o casal porque teve medo de que seu pai levasse adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia por causa de um desvio de dinheiro ocorrido na produtora da vítima, a Referência Filmes.
O promotor também apontou o que chamou de outras contradições no interrogatório de Gil. Uma delas é sobre o local onde ocorreu uma discussão entre pai e filho dias antes do assassinato. Gil disse que não esteve na produtora do pai. Já em interrogatório prestado anteriormente, afirmou que após jantar com Luis em um restaurante, concluiu a conversa na sede da Referência Filmes.
No mesmo processo pelo homicídio, Gil responde ainda à acusação de ter
dado um desfalque de mais de R$ 25 mil, em valores da época, à empresa
do pai, razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do
crime. Ele cuidava da contabilidade da ‘Referência Filmes’.
Tese da defesa
O advogado Thiago Anastácio disse que a acusação tentou criar a imagem de Gil como um psicopata. “Construíram um psicopata. O caso Richthofen não é o caso do Gil”. A afirmação foi feita durante a argumentação da defesa na fase de debates do julgamento.
O advogado Thiago Anastácio disse que a acusação tentou criar a imagem de Gil como um psicopata. “Construíram um psicopata. O caso Richthofen não é o caso do Gil”. A afirmação foi feita durante a argumentação da defesa na fase de debates do julgamento.
Durante o debate, os advogados de Gil Rugai apresentaram a linha do
tempo que colocaria o réu fora da cena do crime e desqualificaram os
depoimentos das testemunhas. “Um analfabeto fala que viu Gil Rugai sair
de capa caramelo”, disse Anastácio tentando descredenciar o depoimento
do vigia que afirmou ter visto Gil na casa onde ocorreram os crimes.
Durante uma hora e meia, os defensores tentaram plantar dúvidas no
júri. “Temos telefonemas que confirmam que Gil não estava na cena do
crime. Às 21h54, um vizinho ligou para o motorista no dia do crime para
relatar ter ouvido disparos. Às 22h12, Gil no telefone fixo da produtora
dele, ligando para ele. Estava a 4 km de distância. Pergunto: Gil
estava na cena do crime?”, afirmou o outro advogado de Gil Rugai,
Marcelo Feller.
“E às 22h13, o vizinho liga novamente para o vigia perguntando sobre o barulho. E às 22h14, uma mulher chama a PM. Por que os vizinhos só chamaram a PM 44 minutos depois?”, contou tentando provar que seu cliente não estava presente na casa onde Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino.
Acusação
Durante sua fala, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que o réu “tem dupla personalidade”. “Tangencia entre a normalidade e psicopatia”, disse o representante do Ministério Público (MP). A Promotoria afirmou ainda que Gil Rugai mentiu no júri ao dizer que não sabia que o pai havia trocado as chaves da produtora Referência Filmes. “A Polícia Civil, Gil havia dito no passado que soube dessa troca. Outras testemunhas, funcionários da empresa confirmaram isso”, disse Zagallo.
“E às 22h13, o vizinho liga novamente para o vigia perguntando sobre o barulho. E às 22h14, uma mulher chama a PM. Por que os vizinhos só chamaram a PM 44 minutos depois?”, contou tentando provar que seu cliente não estava presente na casa onde Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino.
Acusação
Durante sua fala, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que o réu “tem dupla personalidade”. “Tangencia entre a normalidade e psicopatia”, disse o representante do Ministério Público (MP). A Promotoria afirmou ainda que Gil Rugai mentiu no júri ao dizer que não sabia que o pai havia trocado as chaves da produtora Referência Filmes. “A Polícia Civil, Gil havia dito no passado que soube dessa troca. Outras testemunhas, funcionários da empresa confirmaram isso”, disse Zagallo.
A tese do promotor é que a troca ocorreu porque o pai de Gil descobriu
que o filho fraudou a empresa e não queria ele mais trabalhando nela e
morando na mesma casa. Para o MP, Gil matou o casal porque teve medo de
seu pai levar adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia pelo desvio de
dinheiro.
O promotor também questionou os álibis de Gil. O réu afirma que não
estaria na cena do crime. “Se assim fosse, a amiga que o viu no Shopping
Frei Caneca e a outra pessoa que falou que consertaria o telefone
celular dele teriam sido arroladas como testemunhas, mas não foram”.
Outro depoimento apresentado foi o de um funcionário da Referência
Filmes, que disse que Gil lhe teria afirmado que gostaria de o pai
morto. “Uma funcionária ouviu Gil dizer: ‘eu seria mais feliz se meu pai
morresse’”, relatou Zagallo. “Ele também se referiu ao pai como
‘fedido’”.
O objetivo do promotor foi o de tentar traçar o perfil psicológico de
Gil. Após isso, começou a comentar as provas do crime, como a arma.
Do: G 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário