Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz
247 - O Jornal Nacional teve acesso ao depoimento de Fabrício Queiroz na investigação sobre o possível vazamento de informações sobre a realização da Operação Furna da Onça, que investiga corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
No depoimento concedido quando estava preso em Bangu, Queiroz contou ao procurador Eduardo Benones, do Ministério Público Federal do Rio, que deu "satisfação" a Flávio Bolsonaro sobre o caso da rachadinha após a repercussão do esquema na mídia.
"Eu tive um contato com o senador — ele não era senador, era deputado, mas já estava eleito. Eu dei satisfação a ele do que aconteceu. Ele estava muito chateado, revoltado. Ele falou: 'Não acredito que tu tenha feito isso, não acredito'", justificou o ex-assessor.
Queiroz, no entanto, disse que não se recorda de ter entrado em contato, falado ou telefonado para Jair Bolsonaro.
No depoimento, ele afirmou ainda que estava tudo certo para assumir um cargo com a família Bolsonaro em Brasilia após a eleição de 2018, que ele acreditava que Jair Bolsonaro venceria no primeiro turno.
"Com um ou com outro", respondeu Queiroz se referindo que trabalharia com Flávio ou Jair Bolsonaro.
"Em Brasília?", indagou o procurador Benones. "Era o certo, não é? Acho que sim. Só se eles não quisessem”, respondeu o ex-assessor.
O depoimento faz parte da investigação que apura o vazamento da operação Furna da Onça ao clã Bolosonaro, durante as eleições de 2018.
A operação culminou na prisão de diversos parlamentares do estado do Rio e levou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a investigar as movimentações dos deputados, o que fez chegar até as movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, suspeito de administrar um esquema de confisco de parte dos salários de servidores, incluindo funcionários fantasmas, no gabinete de Flávio Bolsonaro.
O vazamento da Operação Furna da Onça foi revelado pelo empresário Paulo Marinho, que disse que Flávio Bolsonaro ficou sabendo da operação porque as informações foram vazadas por um delegado da Polícia Federal a três assessores e amigos dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário