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Políticos da oposição usaram as redes sociais para criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter dito a um repórter do jornal O Globo que teria vontade de "encher tua boca com uma porrada". Bolsonaro intimidou o jornalista ao ser perguntado sobre os depósitos feitos pelo policial militar aposentado e ex-assessor Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Durante visita à Catedral de Brasília, Bolsonaro foi questionado sobre o motivo dos depósitos feitos a Michelle. O presidente então reagiu à pergunta: "Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá."
O jornal "O Globo" repudiou o ataque a seu profissional (leia nota mais abaixo). "O medo de responder é tão grande que Bolsonaro quer silenciar quem o fiscaliza de toda forma... Ele vai dizer o mesmo à justiça?", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) considerou "gravíssima" a atitude do presidente da República. "Na democracia, tal atitude não pode ser tolerada. Chega deste tensionamento diário. Fora Bolsonaro."
O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) afirmou que Bolsonaro deveria ser deposto e criticou indiretamente o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já afirmou não enxergar motivos para o impeachment do presidente. "Nojento! Criminoso! Autoritário! Sem contar que o descontrole é quase o atestado final de culpa sobre os esquemas do Queiroz. Esse cara deveria ser deposto e preso! Motivos não faltam, mas há quem acredite que ele não cometeu crimes..."
"Bolsonaro mostra total desequilíbrio quando o assunto é a relação dele e familiares com Queiroz e milicianos. Uma espécie de confissão de culpa!", afirmou o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA). O PSDB emitiu nota em que afirma que o presidente "volta a mostrar apreço por posturas agressivas e antidemocráticas. Desrespeita a liberdade de imprensa, em atitude que não condiz com o cargo que ocupa."
O Movimento Vem Pra Rua criticou também Bolsonaro e classificou a fala do presidente de "absurda".
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