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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Wassef agora diz que não é homem-bomba e que ama Bolsonaro


Frederick Wassef, Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro 
(Foto: Reprodução | Valter Campanato/Agência Brasil)

247 - Frederick Wassef não aceita o rótulo de “homem-bomba”, e diz que que tudo o que fez foi permitir que uma pessoa averiguada usasse uma de suas casas para escapar de um suposto plano de assassinato e que tivesse paz no tratamento de um câncer. No caso, trata-se de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, acusado de participar com o filho do presidente do esquema das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, 

Em entrevista à jornalista Catia Seabra da Folha de S.Paulo, Wassef afirma que, em dezembro de 2018, quando estourou o escândalo da "rachadinha", a decisão da família Bolsonaro foi imediatamente cortar todo e qualquer tipo de relação com Queiroz.

Questionado se atualmente estaria em melhor situação caso repetisse o exemplo dos Bolsonaro, Wassef concorda, aponta suas diferenças com a família e se compara a Queiroz na luta contra o câncer.

“Sim. A diferença entre eu [sic] e a família Bolsonaro é que sou uma pessoa que passou os últimos dez anos sofrendo em hospital, tive quatro cânceres, duas quimioterapias horrorosas. Passei dez anos de muita dor e sofrimento. Sou um ser humano diferente. Tenho uma sensibilidade especial à pauta câncer, saúde, ajuda ao próximo.”

Três minutos depois, instado a explicar qual seria essa diferença com os Bolsonaro, ele se corrige.

“Não falei que sou diferente da família. Sou diferente de todas as pessoas. Quem passou dez anos sofrendo em hospital com quatro tipo de cânceres, viu a morte de perto… Uma pessoa dessa se torna diferente de qualquer pessoa.”

Ele critica o comportamento de Queiroz. Diz que o amigo de Bolsonaro foi no mínimo descuidado ao participar de festas, almoços e levar estranhos para a casa de Atibaia sem o seu conhecimento.

Wassef considera que Queiroz foi descuidado ao enviar imagens da casa pelo WhatsApp. Mas afirma não se arrepender de ter oferecido abrigo ao ex-assessor do clã Bolsonaro.

Wassef monitorou e controlou a movimentação do ex-assessor, como indicam mensagens apreendidas pelo Ministério Público.

Os promotores que pediram a prisão de Queiroz afirmam que ele buscava omitir de Wassef as saídas que fazia do sítio. O MP-RJ diz ainda que o ex-assessor e seus familiares desligavam seus telefones quando se aproximavam da casa, a fim de evitar eventual monitoramento das autoridades policiais.

Mas como Jair e Flávio não sabiam do paradeiro de Queiroz, já que este era amigo de pescaria do presidente e assessorou Flávio por anos na Assembleia do Rio? Queiroz e Bolsonaro se conheceram no Exército e são amigos há mais de 30 anos. Foi por meio de Jair que o ex-assessor ingressou no gabinete de Flávio.

O advogado nega que Jair Bolsonaro e seu filho Flávio soubessem do paradeiro de Queiroz. “Nunca comuniquei ao presidente nem ao Flávio e tenho meus motivos. Acreditava que, se eu comunicasse ao presidente ou ao seu filho, em algum momento alguém mais poderia saber. Que contaria a alguém mais e colocaria em risco a vida do Queiroz. Se essa informação circulasse, matariam o Queiroz dentro da minha casa e ainda colocariam a culpa em mim.”

Wassef refuta o rumores de que seja capaz de implodir o governo Bolsonaro. “Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente". E acrescenta que conhece os segredos de Jair Bolsonaro.

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