FERNANDO BRITO · no Tijolaço
O anúncio de que o Produto Interno Bruto da China cresceu 3,2% do segundo trimestre do ano, depois da queda de mais de 6% no primeiro, deveria servir de lição aos que gritaram, até se imporem, pela retomada das atividades econômicas em pleno surto do novo coronavírus.
Não se entrará em discussão se os números chineses da doença foram maiores do que se divulgou ou se morreram mais pessoas que o noticiado. O caso é que o bloqueio severo e a paralisação total das atividades deteve o vírus – ao menos neste momento – e possibilitou uma retomada vigorosa e rápida da economia.
Um contraste imenso se comparado aos países que negaram a gravidade da doença, resistiram ao “lockdown” e correram a abrir tudo pouco tempo depois.
Os Estados Unidos, depois de amargarem uma queda de 5% no PIB já no primeiro trimestre, terão uma retração que pode ficar em 30% no segundo, segundo previsões dos economistas do Wall Street Journal, para recuperarem – se as coisas pararem de piorar por lá, no terceiro trimestre, menos da metade do que perderam (15%).
Os que repetem estas baboseiras de “vírus chinês” e “plano comunista” devem se lembrar que nada obrigou os governos ocidentais a menosprezarem a doença, a dizerem – como Trump e Bolsonaro – que era “uma gripezinha” que se curaria com cloroquina, nem a repetirem, como um mantra macabro, que “a economia não pode parar”.
Os chineses pararam. Pararam tudo. E porque pararam, estão andando de novo, e rápido.
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