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segunda-feira, 27 de julho de 2020

A cloroquina da política



FERNANDO BRITO · no Tijolaço

Não há nenhuma surpresa no que disse ontem o senador Major Olímpio a Natuza Nery, na Globonews (veja aqui), relatando que o governo estaria oferecendo “cotas” de R$ 30 milhões para alguns senadores indicarem os municípios para os quais queriam repasses generosos da verba destinada ao combate à Covid-19.

Afinal, se a cloroquina está descartada como cura para o vírus, dinheiro público sempre produz efeitos na redução dos sintomas de fragilidade do governo. Resta saber se entre os ínclitos senadores haverá quem peça que Olímpio seja chamado à Comissão de Ética para esclarecer como e com quem se deu esta vergonhosa manipulação de verbas da saúde.

Aliás, os diversos ministros da Saúde de Bolsonaro conseguem, nesta área, o “milagre” de não gastar – apenas 12% do total disponível ações próprias do MS foram gastos – e ao mesmo tempo desperdiçar. Pois a Folha traz a informação de que, enquanto faltam sedativos para os pacientes que necessitam de intubação, há um “encalhe” de 4 milhões de does de hidroxicloroquina, que certamente irá aumentar com os estudos que apontam sua inadequação se repetindo.

Enquanto isso, vamos “progredindo” rapidamente em casos e mortes pela doença e logo no início de agosto estaremos rompendo a marca de 100 mil vidas perdidas.

E dai?

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