A deputada federal Marília Arraes (PT) participou de um debate sobre o papel da bicicleta na mobilidade do Recife, principalmente no pós-pandemia, com Lígia Lima, da Ameciclo, nesta sexta-feira. A bicicleta é utilizada por 15% dos recifenses como meio de transporte e é fundamental para uma cidade mais sustentável, sem trânsito e mais democrática. A mobilidade é um dos pilares do Recife Cidade Inteligente.
Dos 15% que utilizam a bicicleta como instrumento de descolamento, 95% usam para ir de casa ao trabalho. Políticas de incentivo a utilização de bicicleta serão fundamentais no pós-pandemia, principalmente para evitar o contágio entre as pessoas nos ônibus e metrôs que sempre estão lotados. “Cerca de 85% dos recifenses estão nos ônibus, metrôs, bicicletas ou a pé. É preciso criar ciclofaixas temporárias no pós-pandemia para diminuir a aglomeração no transporte público. Vai estimular o uso de bicicleta e impedir que mais pessoas fiquem doentes”, afirma Marília.
A ideia da ciclofaixa temporária é defendida por Marília, que sugere o modelo usado nos domingos e feriados. “Se a mesma estrutura dos domingos e feriados for usada, a ciclofaixa tem tudo para dar certo”, continua Marília. “A própria Ameciclo tem pesquisas que apontam que a população do Recife é aberta a bicicleta, mas que continua com os carros pela falta de estrutura e segurança nas vias”, complementa Lígia, da Ameciclo.
O uso da bicicleta também diminuiria os congestionamentos no Recife, que possui o pior trânsito do Brasil e um dos 10 piores do mundo.
Marília lembra ainda que o Plano Diretor Cicloviário, que deveria ser implementado no Recife e na Região Metropolitana, e que deveria ser entregue até 2024, quase não saiu do papel. “O Plano Diretor seria importantíssimo na mudança de pensamento, mas quase nada saiu do papel. Enquanto Fortaleza está fazendo quase 300 km de ciclofaixa e São Paulo entregou quase 400 km, no Recife não há incentivo ao uso de bicicletas.”
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