FERNANDO BRITO · no Tijolaço
A Folha dá manchete para o que seria a identificação, pela Polícia Federal, de que é Carlos Bolsonaro o coordenador da rede de fake news.
Não é uma notícia, propriamente, mas a confirmação de algo já sabido por todos.
E faz tempo.
Jair Bolsonaro fez da política uma empresa familiar.
Não bastou a ele transformar em parlamentares os filhos, todos carregando o brasão familiar da “arminha” fascistóide.
Mas isso, que era sabido, foi deixado de lado até que, agora, passou a ser a melhor arma – não uma arminha – contra ele.
Está claro que as informações sigilosas, que Bolsonaro tanto queria, foram passadas a Sérgio Moro, que a elas não deveria ter acesso, tanto quanto ele.
E a ele serviram para armar a arapuca à qual Moro atraiu o presidente.
Era a PF e não o ministério que Bolsonaro queria controlar.
Porque sabia que a Polícia Federal chegara ao manicômio doméstico que chefia.
Do chapeiro diplomático ao guarda-costas de Glock no Rolls Royce da posse, passando pelo rachadista do Queiroz, não se pode dizer que os filhos degeneraram.
Como o pai, já vieram degenerados.
Agora, vão ser a desgraça do clã, herdeiros perdulários que não tiveram a inteligência de sumirem na treva paterna.
Ou demolirão o pai ou terão uma orfandade forçada pelo esquema militar que é a sustentação restante a Bolsonaro.
Segundo Platão, num dos diálogos entre Sócrates e Glauco, diz-se que aos filhos defeituosos “se esconderão em algum lugar secreto” para que ” a raça dos guardiães se conserve pura” (A República, Livro V).
Bolsonaro os exibiu. E, agora, faz com que vejam nele os defeitos paternos.
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