Do Blog de Magno Martins
Ao escolher o novo ministro da Justiça, o advogado e major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Antônio de Oliveira, o presidente Bolsonaro deu mais uma prova cabal ao País que não governa, que é governado pelos filhos. O sucessor de Sérgio Moro é amigo de infância de Eduardo e Carlos Bolsonaro, que inclusive se hospedava com Francisco quando ia visitar o pai, Jair Bolsonaro, em Brasília. Oliveira não queria aceitar o cargo, mas Bolsonaro o convenceu ao dizer que o comando da pasta se tratava de uma missão, disseram as fontes da jornalista. O novo ministro assume o lugar do então mais notável auxiliar da era Bolsonaro, que deixou o cargo na última sexta-feira fazendo denúncias graves contra o ex-patrão.
A grande família 1 – Todos os filhos de Bolsonaro estão respondendo a processos que podem ir para o freezer depois das mudanças no comando da Polícia Federal e na pasta da Justiça. Cada caso é mais escandaloso do que o outro. O que implica Flávio, o senador, gira em torno de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 1980. Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que o Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira) identificou diversas transações suspeitas ligadas ao ex-assessor. Segundo o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor que seria incompatível com seu patrimônio e ocupação, e recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.
A grande família 2 – Carlos Bolsonaro, vereador no Rio, passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções. Na investigação, que corre sob sigilo, promotores suspeitam da existência de um esquema de rachadinha. Um dos casos apontados pela revista Época envolve Marta Valle, cunhada de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente da República. Marta passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete de Carlos Bolsonaro, mas afirmou à revista que jamais trabalhou no local. Em abril deste ano, o jornal Folha de São Paulo também encontrou uma mulher alocada no gabinete de Carlos Bolsonaro que disse nunca ter trabalhado na função.
A grande família 3 – O deputado federal Eduardo Bolsonaro é investigado pela CPMI das Fake News. Em março, em uma reunião do grupo, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) disse que documentos enviados pelo Facebook à Câmara implicavam Eduardo Guimarães, um assessor de Eduardo, no esquema de ataques virtuais. Segundo Frota, os documentos revelaram que o computador de Guimarães está vinculado à conta do Instagram Bolsofeios, que faz vários ataques contra jornalistas e críticos do governo. Eduardo Bolsonaro disse desconhecer qualquer vínculo entre seu assessor e a conta. Em outra ocasião, quando Frota depôs à comissão, Eduardo disse que não iria fazer perguntas ao colega por “ter mais o que fazer”. “Tenho que trabalhar, em vez de ficar aqui ouvindo baboseiras e ilações sem qualquer conexão com a verdade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário