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sábado, 5 de outubro de 2019

Eleições 2020: o poder de força dos "padrinhos"

Pesquisa mede poder de força de "padrinhos"
Jair Bolsonaro e João Doria. FOTO: MARCOS CORREA/PR
De O Estado de S. Paulo - Por Coluna do Estadão  


A disputa por espaço político-eleitoral entre o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro terá o primeiro teste de fogo daqui a um ano, mais especificamente na eleição para prefeito de São Paulo. Pesquisa da XP/Ipespe mediu nesta semana o quanto o apoio dos “padrinhos” aos candidatos terá impacto na campanha: 29% apontaram o presidente com o maior potencial de transferir votos; o governador foi indicado por 20%, e o ex-presidente Lula, preso em Curitiba, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, por 23% dos entrevistados.
Na rejeição, os três empatam. O apoio de Bolsonaro, Doria e Lula pode diminuir a vontade de votar no candidato para 32%, 32% e 33%, respectivamente. É indiferente para 35%, 46% e 42%.
Em cenário estimulado, o apresentador José Datena desponta como favorito, com 22% das intenções de voto. É seguido por Celso Russomanno (19%), Marta Suplicy (11%) e Márcio França (11%).
O prefeito Bruno Covas aparece em 5.º (10%) e a deputada Joice Hasselmann, em 7.º (7%).
Universo. A pesquisa XP/Ipespe ouviu mil eleitores da capital entre 30 de setembro e 2 de outubro. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O triunfo da “balbúrdia”



no Tijolaço 

Cinco meses atrás, o sujeito que ocupa o Ministério da Educação – é questão de decoro não chamá-lo de ministro – disse que as universidades federais eram antros de “balbúrdia”, não de educação, procurando justificar com isso o corte de suas verbas.

Hoje, nos resultados do exame de qualidade feito pelo próprio MEC nas instituições de ensino superior, a prova de que Abraham Weintraub não é nada além de um xingador profissional e uma figura patética .

Perto de dois terços (64%) dos cursos das universidades federais tiveram os conceitos ótimo (5) e bom (4). Com o conceito 3, regulares, foram 25%, o que deixou apenas 11% entre os conceitos 2 (ruim – 9%) e 1 (péssimo – 2%).

As universidades privadas onde, em tese, não haveria balbúrdia – porque, afinal, paga-se caro para estudar – tem resultado virtualmente inverso: só 3% alcançaram o grau máximo, enquanto o conceito de bom ficava em 18%. Portanto, apenas uma em cada cinco pode ter um desempenho chamado de satisfatório. As regulares- conceito 3 – foram quase a metade (48%), enquanto as ruins e péssimas somaram 32%. Um terço, praticamente.

É a visão tacanha de gente que não tem a menor intimidade com o ensino, que pensa que uma universidade deve ter códigos de comportamento próximos aos de colégios internos ou de quartéis.

Como os homens de plantão no comando de nossa educação, que acham que ela será melhor espalhando PMs pelo pátio, para zelar pela a única disciplina que valorizam: a disciplina comportamental.

"Vergonhosa é a rachadinha do seu irmão e o Queiroz", rebate Frota a Eduardo


Alexandre Frota e Flávio Bolsonaro (Foto: Agência Câmara | Senado)

247 - O deputado Alexandre Frota, ex-PSL e agora no PSDB-SP, saiu em defesa de João Doria e rebateu os comentários do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ironizando a sua indicação como embaixador, afirmando que Jair Bolsonaro "deu de presente uma embaixada nos Estados Unidos”.

O motivo foi um comentário do filho de Bolsonaro sobre o João Doria, governador de São Paulo, afirmando que “é um político que muda a favor do vento”. “Infelizmente, o Doria tem se apresentado para a sociedade como político que é a favor do vento. Pega carona com PT, com Bolsonaro. É lamentável, vergonhoso. Precisamos um lado. Isso divide voto, mas demostra muito do caráter da pessoa”, disse Eduardo.

Frota não gostou. “Já te vi querendo fechar o STF [Supremo Tribunal Federal] com um soldado. Vergonhosa é a rachadinha que o seu irmão [o senador Flávio Bolsonaro] e o Queiroz [Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio] fizeram”, disse.

O deputado enfatizou que mudar de opinião é comum no mundo político e lembrou que “seu pai, Bolsonaro, pensou em substituir os ministros do STF, lembra? Agora, ele é [Dias] Toffoli desde criancinha. Depois da eleição, todos mudaram de opinião. Teu pai mudou nove vezes de partido já votou com PT, PSC e agora com PSL“.

Frota ainda afirmou que Eduardo Bolsonaro não se manifestou sobre a decisão de Gilmar Mendes que suspendeu a investigação sobre Flávio Bolsonaro.

"Já te vi querendo fechar o STF com Jipe, com soldado. Depois o vento soprou para outra direção e você se calou diante da decisão do Gilmar Mendes para salvar o teu irmão", disse Frota se referindo a Eduardo em áudio encaminhado a terceiros.

Humberto: Dívida pública chega ao maior nível da história


A elevação da dívida bruta brasileira ao maior nível da história é resultado da política econômica irresponsável e ineficiente do governo Bolsonaro. A avaliação é do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Dados do Banco Central mostram o crescimento do endividamento, que chegou a 79,8% do PIB (Produto Interno Bruto) e fechou agosto em R$ 5,618 trilhões. O número é superior ao patamar recorde anterior, alcançado em abril deste ano (79,1% do PIB). 

"Os números deixam claro o fracasso desse projeto econômico neoliberal. A agenda de austeridade imposta pelo governo tem sido extremamente perversa com o trabalhador brasileiro, que tem sofrido com a retirada de direitos, a exemplo dessa nefasta Reforma da Previdência. Enquanto isso, os mais ricos seguem com os mesmos privilégios. O resultado é uma economia estagnada, à beira de uma recessão, uma desigualdade crescente e nenhuma resposta ao anseio dos 12,6 milhões de desempregados do país", afirmou o senador.
A dívida bruta do Governo Geral é uma das principais referências para as agências de avaliação de risco e abrange a situação do governo federal, dos governos estaduais e municipais. Segundo Humberto, o alto endividamento do país pode prejudicar a já difícil imagem do Brasil no exterior, diminuindo o interesse de empresas internacionais em investimentos no país, comprometendo ainda mais as projeções de crescimento nacional.   
"Nunca o Brasil esteve com sua imagem tão corrompida lá fora como agora. As declarações polêmicas, a indisposição do presidente com países estratégicos, como a França, e a total incapacidade do governo Bolsonaro de construir pontes geram um clima de instabilidade enorme dentro e fora do país. Com o Brasil travado, sem investimento federal, a solução encontrada por muitos analistas é a de estimular o investimento estrangeiro. Mas o alto endividamento e a incompetência administrativa e política do presidente afastam completamente essa possibilidade. É assustador dizer que, em menos de um ano de governo, Bolsonaro empurrou o país para a sua pior crise. Estamos à beira de um colapso social", avalia o parlamentar.

Fiscal preso foi o mesmo que fez devassa no Instituto Lula, a mando de Moro

Das voltas que o mundo dá, no mesmo dia em que Gilmar Mendes expôs ao país, no plenário do STF, para ministros cooptados pela Lava Jato, a natureza bruta da organização criminosa montada por Moro, um fiscal que comandou o ataque, encomendado pelo ex-juiz contra o Instituto Lula, foi preso por corrupção, levando unzinho por fora na venda de arrego de empresários.

Nada poderia ser mais emblemático para a equitação de Gilmar, em pelo, de Moro e Dallagnol, mostrando como transformaram o país numa choldra.


Enquanto Gilmar Mendes preparava o pincel para pintar, com exatidão, todo o esquema organizado pela república de Curitiba, esmagando a economia brasileira com uma dezena de milhões de desempregados, promovendo o golpe em Dilma e a prisão política de Lula com todos os dados revelados pelo Intercept, o fiscal, que era figura carimbada na Globo News para falar de combate à corrupção, no mesmo dia, foi preso também por corrupção.

De acordo com o Instituto Lula:

Entre outubro de 2015 e abril de 2018, as contas do Instituto Lula foram alvo de uma minuciosa devassa chefiada por Marco Aurélio. Desde o início, o Instituto denunciou o uso político da investigação. Em nota oficial publicada em 20 de agosto de 2016, denunciamos o vazamento de dados e decisões da auditoria à imprensa antes mesmo que o Instituto tomasse conhecimento. Ao mesmo tempo, sempre colaboramos com as investigações, cientes de que não temos nada a esconder.


No entanto, após essa devassa, os auditores disseram ter encontrado “desvio de finalidade” em valores que somam cerca de R$ 365 mil em x anos. Entre os “desvios” estavam, por exemplo, o pagamento da passagem de R$ 936 para um segurança que acompanhou o ex-presidente no velório do vice-presidente José Alencar. Para os auditores, foi uma despesa “que diz respeito exclusivamente ao interesse particular do ex-presidente”. Também foi considerado desvio o pagamento do intérprete que acompanhou Lula quando o ex-presidente recebeu prêmio de doutor honoris-causa na Bolívia. O Instituto a obrigação estatutária de preservar e defender o legado do ex-presidente Lula.

Como resultado, a auditoria convocada pelo fiscal preso hoje resultou numa multa impagável de mais de R$ 18 milhões, valor quase 50 vezes maior do que o valor que os próprios auditores consideraram desalinhado ao propósito do Instituto. Mais do que isso, a auditoria rendeu diversos vazamentos e matérias na imprensa, que serviram para alimentar a investida política e judicial contra o ex-presidente e o projeto de país que tem nele seu maior símbolo.

Como se vê na nota do Instituto Lula, que narra a trama política comandada por Moro, não surpreende o fato de que o cipó que foi preparado para Lula acertar o lombo do próprio vigarista da Lava Jato

Reinaldo Azevedo: Sem essa, Lava Jato! Toma que a quadrilha de extorsão de Canal é, sim, tua!



Imagem de trecho de reportagem do Conjur que evidencia que investigação secreta da Receita ia parar nas mãos de Canal.

A Lava Jato está fazendo um esforço danado para jogar ao mar parte da carga podre que levava em sua nau dos insensatos, mas não vai conseguir — apesar de setores da imprensa terem engolido a balela de que a possível organização criminosa, chefiada pelo auditor da Receita Marco Aurélio Canal, nada tinha a ver com a operação. É mesmo é?


Bem, só para lembrar: ele era nada menos do que responsável pela Equipe de Programação da Lava Jato e da Calicute, que é o braço da força-tarefa no Rio. Um dos dossiês da turma que investigou informalmente o ministro Gilmar Mendes na Receita foi enviado a Canal. E o dito-cujo, ora vejam, era o líder de uma gangue que usava informações privilegiadas de pessoas investigadas pela operação para a prática de extorsão. Esta está comprovada e documentada.

A Lava Jato é responsável por isso ou os procuradores estão associados aos que tentavam bater a carteira de investigados? A pergunta está errada. Olhem a que situação miserável chegou o combate à corrupção no Brasil. Uma verdadeira quadrilha trabalhava intimamente com a força-tarefa. A investigação só teve início em dezembro do ano passado. Durante cinco anos, agiu livremente.

Canal trabalha para a operação desde o começo. A ousadia é tal que seu nome chegou a frequentar alguns lobbies como candidato, acreditem!, à Secretaria da Receita. Nunca se considerou essa possibilidade, mas houve o esforço.


Os porta-vozes e puxa-sacos da Lava Jato mentem quando afirmam que Canal e seu grupo não tinham vínculos com a operação. Reportagem do site Consultor Jurídico informava no dia 25 de fevereiro de 2019:

A estrutura policial montada dentro da Receita Federal para investigar “agentes públicos” não existe apenas para fins tributários. Documentos obtidos pela Procuradoria-Geral da República a que a ConJur teve acesso mostram que, pelo menos desde agosto de 2018, existe um canal de envio de relatórios entre a chamada “equipe especial de fraudes” e a operação “lava jato”.

Extrato datado de 6 de agosto de 2018 comprova que relatórios produzidos pela equipe em meio a investigações secretas foram enviados à operação Calicute, braço da “lava jato” no Rio de Janeiro. Quem recebeu os relatórios foi o auditor fiscal Marco Aurélio Canal, supervisor nacional da equipe de programação da Receita na “lava jato”. O carimbo do envio é mais um indício de que as investigações secretas tocadas pela Receita, reveladas pela ConJur no início do mês, não servem apenas à fiscalização tributária. Servem também para alimentar inquéritos contra os alvos da autoproclamada força-tarefa da “lava jato”, que reúne juízes federais, procuradores da República, policiais federais e auditores fiscais.

Vocês se lembram, não? Dados da vida fiscal do ministro Gilmar Mendes e de sua mulher, Guiomar Mendes, foram vazados, sugerindo a necessidade uma investigação, embora, como ficou constatado, não houvesse nenhuma irregularidade. Quando o ministro Dias Toffoli resolveu abrir um inquérito no âmbito do Supremo — o que o Regimento Interno lhe permite — para apurar agressões orquestradas contra o tribunal, houve uma gritaria danada. Há ainda.

No dia 1º de agosto, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz a apuração, determinou a suspensão de procedimentos de investigação da Receita sobre 133 contribuintes, entre os quais o próprio Mendes e a advogada Roberta Rangel, mulher do presidente do STF, Dias Toffoli. Mandou ainda afastar dois servidores que atuaram na investigação. Nova gritaria.

Estamos vendo agora em que ambiente se tocavam tais procedimentos. E, claro!, há quem ache a investigação, que é legal, desnecessária. É mesmo? Os fatos falam por si.

Estupefaciente foi a reação de um tal Almir Sanches, da lava Jato no Rio. O procurador cobra de Mendes uma retratação. Por quê? Ora, porque o ministro acusou a existência de uma espécie de estado paralelo, a serviço da operação, para intimidar pessoas — incluindo ministro do Supremo. Ou por outra: Sanches quer que a vítima de uma quadrilha, cujo líder era chefe de Programação da Lava Jato, peça desculpas.

É de uma ousadia sem limites. “Ah, mas foi a própria Lava Jato que chegou ao tal Canal”. Pois é… Mas se dá depois que forças ocultas, ou nem tanto, tentaram jogar os respectivos nomes de seus desafetos na lama. Mais: a quadrilha passou a ir com muita sede ao pote. Alguém pensa em propor ao tal alguma coisa como “delação premiada”? O que lhes parece?

Os controles da institucionalidade se tornaram tão frágeis e a Lava Jato passou a operar com tanta licenciosidade que tipos como Canal se tornaram úteis. Que ele se comunicava com a equipe da Receita que atuava para a força-tarefa, bem, isso é evidente.

De resto, como esquecer? Em 2016, Deltan Dallagnol determinou a investigação informal dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, como revelou reportagem da Folha e do site The Intercept Brasil. E deixou claro que tinha o seu próprio, como posso chamar?, canal para fazer isso na Receita.

Repito uma pergunta que já fiz neste blog: quem era, então, o canal de Deltan na instituição, que podia lhe prestar tal serviço ao arrepio da lei? Acreditem: uma investigação a fundo das ações de Marco Aurélio Canal levará aos porões da Lava Jato. Será feita?

*Do UOL

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Próxima semana: STF pauta 2ª instância e Moro


Ministros do STF defendem pautar segunda instância e suspeição de Moro na próxima semana. Na quarta, Supremo decidiu por tese que pode anular sentenças da Lava Jato.
Folha de S. Paulo - Por Mônica Bergamo


Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que são contra prisão depois de condenação em segunda instância defendem que a tese seja mesmo debatida na próxima semana, como cogita o seu presidente, Dias Toffoli.
Já que é para apanhar, diz um deles, é melhor apanhar de uma só vez: além dessa proposta, considerada impopular, o STF deve julgar a suspeição de Sergio Moro nos processos de Lula. Na quarta (2), decidiu por tese que pode anular sentenças da Lava Jato

Gilmar prepara processos contra servidores da Receita


Após prisão de auditores, Gilmar Mendes prepara processos contra integrantes da Receita.
(Foto: Carlos Moura/SCO/STF (17/09/2019))
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela LIma


A prisão de 14 integrantes da Receita do Rio não encerra o embate entre auditores e tribunais superiores. O ministro Gilmar Mendes, do STF, prepara processos contra os servidores que acessaram suas contas e as de sua mulher. Apesar de a Lava Jato do Rio ter investigado em sigilo e por quase um ano o grupo que foi detido nesta quarta (2), Mendes segue convicto de que havia uma interface irregular entre procuradores e fisco —mas agora circunscreve as suspeitas à força-tarefa de Curitiba.
A interlocutores, o ministro ampara suas desconfianças em diálogos revelados pelo The Intercept Brasil. As conversas mostram procuradores de Curitiba falando sobre consultas informais da Receita a dados de autoridades.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Operação da PF mira auditores da Receita Federal


Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) vinculados à Operação Lava-Jato cumprem 14 mandados de prisão nesta quarta-feira contra auditores e analistas da Receita Federal, dos quais 11 haviam sido cumpridos até o meio-dia. No total, são nove prisões preventivas e cinco temporárias. O principal alvo é o auditor Marco Aurélio Canal, que já foi preso em Nova Iguaçu. Ele é apontado como o chefe da quadrilha. Os policiais buscam por outros investigados em Campo Grande, Botafogo, Barra da Tijuca e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Canal era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava-Jato. A força-tarefa do MPF não mantinha relacionamento direto com a equipe dele, uma vez que a parceria nas fases de investigação era feita com o setor de Inteligência da Receita. A equipe do supervisor só atuava depois das operações ostensivas, para cobrar o imposto devido pelos investigados, sem contato com os procuradores.
A ação, denominada Armadeira, contou com o apoio da Corregedoria da Receita e cumpre outros 39 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Entre os alvos de prisão preventiva estão:
Daniel Monteiro Gentil, auditor da Receita Federal
Elizeu da Silva Marinho, ex-auditor da Receita Federal
José Carlos Lavouras, empresário do ramo de transportes no Rio
Marcial Pereira de Souza, analista tributário da Receita Federal
Marco Aurélio da Silva Canal, supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato
Monica da Costa Monteiro Souza, mulher de Marcial
Narciso Gonçalves, advogado e empresário do setor de transportes
Rildo Alves da Silva, contador do delator Ricardo Siqueira
Sueli Monteiro Gentil
Foram pedidas as prisões temporárias de:
Alexandre Ferrari Araújo, auditor fiscal da Receita Federal
Fabio dos Santos Cury
Fernando Barbosa
João Batista da Silva
Leonidas Pereira Quaresma, auditor fiscal da Receita Federal

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Livro de Janot: munição contra a Lava jato

Livro de Janot vai municiar ações de Lula e outros réus contra a Lava Jato e a delação da JBS.
Marcelo Camargo/Agência Brasil                                                                                   Foto/fonte: tercalivre.com.br
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima


Colaboração espontânea A distribuição irregular do rumoroso livro de Rodrigo Janot em grupos de WhatsApp provocou uma corrida de advogados e políticos às páginas da obra, que ainda não foi oficialmente lançada. Muitos já encontraram material para incrementar atos contra a Lava Jato e a delação da JBS. Integrantes do PT, por exemplo, querem anexar o capítulo 15, intitulado “O objeto de desejo chamado Lula”, à ação que o ex-presidente move na ONU contra os métodos dos investigadores que o levaram à prisão.
Nesse trecho da obra, Janot afirma que foi pressionado por integrantes da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba a sobrepor investigações contra Lula à de outros alvos da operação para dar força à denúncia do caso tríplex, aquela que ficou famosa pela apresentação de Powerpoint feita por Deltan Dallagnol.
Um dos conselheiros jurídicos de Lula diz que o relato é um exemplo cristalino da “obsessão da Lava Jato por Lula”. Segundo ele, basta traduzir o capítulo para o inglês e enviar à ONU com a indicação: “Veja o que diz o próprio procurador-geral da República dos fatos da época, agora, em livro de memórias”.
Advogados de delatados pela JBS também reviraram o livro de Janot. Eles já descobriram, por exemplo, que o ex-procurador-geral admite, na obra, ter recebido as gravações feitas por Joesley Batista para conseguir o acordo de delação antes do que consta em documento oficial.

Janot sobre reação a seu livro: "É muita porrada"

(Antonio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Paulo Emílio)
Folha de S. Paulo - Painel
Por Mônica Bergamo

A primeira tiragem do livro de Rodrigo Janot, “Nada Menos Que Tudo”, de 12 mil exemplares, já foi toda enviada às livrarias. A editora Planeta diz que uma nova reimpressão, de 10 mil exemplares, já está sendo realizada.
Janot desabafou com um interlocutor nesta semana: “É muita porrada”. Ele sofreu operação de busca e apreensão na sexta-feira (27), depois de revelar que planejou matar o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Janot tem se queixado também da busca em seu escritório de advocacia, instalado há apenas três meses. Segundo ele, o local nada tem a ver com eventual crime pelo qual ele possa ser investigado.

Ex-presidente Lula está diante de duas armadilhas

Nelson Almeida | AFP
Armadilhas para Lula

O Globo - Por Bernardo Melo Franco

Preso há 542 dias, o ex-presidente Lula está diante de duas armadilhas. Uma delas foi montada pela força-tarefa da Lava-Jato. A outra, pela sua própria estratégia de defesa.
Na sexta passada, os procuradores pediram que a Justiça mande o petista para o regime semiaberto. Ele tem motivos para desconfiar do surto de generosidade. Dois dias antes, o Supremo formou maioria para rever uma série de sentenças da Lava-Jato.
Para Lula, a força-tarefa percebeu que seria derrotada e decidiu se antecipar, oferecendo a ele uma meia vitória. O ex-presidente poderia sair, mas teria que obedecer a uma série de condições. Ao que parece, Deltan Dallagnol e companhia não contavam com uma recusa.
Num gesto ousado, o petista informou que não aceita “barganhas” para deixar a cadeia. “Não troco minha liberdade pela minha dignidade”, afirmou, em carta escrita à mão. A atitude gerou um impasse. Afinal, um réu condenado pode rejeitar a progressão de sua pena e ficar na cadeia?
Lula sustenta que é um preso político. Portanto, não aceita nenhum benefício que possa soar como favor ou caridade. Ele reivindica que o Supremo anule integralmente a condenação imposta por Sergio Moro.
“Só saio daqui com 100% de inocência, e o maior prazer seria sair daqui e o Moro entrar no meu lugar”, declarou, na semana passada. Na mesma entrevista, ele disse que rejeita se submeter a monitoramento eletrônica. “Não sou pombo para usar tornozeleira”, justificou.
Como sempre, a presidente do PT endossou a estratégia de Lula. “Essa turma que está pedindo a progressão da pena é a mesma que fez o PowerPoint para condená-lo”, disse Gleisi Hoffmann. O discurso foi encampado pelos advogados do ex-presidente, mas está longe de ser unanimidade entre seus aliados.
Para muitos petistas, Lula só tem a perder com a radicalização. “Lula semi-livre é mais perto de Lula livre”, disse o ex-ministro Tarso Genro. Outro dirigente do partido afirma que o ex-presidente está se agarrando a uma “estratégia inconsequente” ao apostar tudo num habeas corpus do Supremo.
“A progressão da pena não é uma concessão, é um direito. O Lula criou uma armadilha para si mesmo”, argumenta. Como outros petistas ouvidos pela coluna, ele só aceitou falar sob anonimato. “Estão criando um clima de fanatismo no partido. Quem diz que o Lula deve sair da cadeia é visto como traidor”, protestou.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

MST: homenagem teve apoio do PSDB, PL e DEM

Homenagem da Câmara ao MST teve apoio de vereadores do PSDB, PL e DEM. Projeto contou com 38 votos a favor na Câmara Municipal.
O coordenador do MST João Pedro Stedile/Foto: Gabriel Paiva
Folha de S. Paulo - Por Mônica Bergamo

O projeto que dá ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra  (MST) a Salva de Prata, mais alta honraria da Câmara Municipal, foi aprovado por meio de um plenário virtual e contou com votos favoráveis de 38 vereadores, inclusive de partidos alinhados à direita como PSDB, PL e DEM. 
A deliberação sobre o projeto contou com manifestações dos vereadores Soninha Francine (Cidadania) e Fernando Holiday (DEM). “Tenho ressalvas a algumas atitudes e posicionamentos do movimento, mas reconheço ações muito meritórias e importantes”, disse Soninha, que votou a favor da homenagem. 
“É totalmente incompatível com a concessão da outorga Salva de Prata qualquer homenagem a um grupo terrorista”, publicou Holiday, que votou contra. O plenário virtual é um serviço oferecido pela Câmara para a tramitação de projetos mais simples.

Sérgio Moro preocupado com CPI da Vaza Jato

Moro sonda deputados sobre CPI da Vaza Jato.
Foto: Pedro França|Fpnte: Brasil247
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

Ao que interessa Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contam que, na semana passada, o ministro Sergio Moro (Justiça) demonstrou preocupação com o pedido de instalação da CPI da Vaza Jato. Deputados querem investigar mensagens da força-tarefa da Lava Jato obtidas pelo The Intercept que incluem o ex-juiz.
Segundo relatos, Maia o tranquilizou com a avaliação de que não é hora de gerar crises entre os Poderes.

PGR inquiriu STF sobre busca e apreensão a Janot

PGR pediu informações ao Supremo após Janot ser alvo de busca e apreensão.
 Foto: José Cruz/Agência Senado
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima


Apesar de ter classificado como inaceitáveis as declarações de Rodrigo Janot, que afirmou ter entrado no Supremo com uma arma para matar o ministro Gilmar Mendes, o procurador-geral da República, Augusto Aras, viu com reservas a ordem de busca e apreensão em endereços do ex-colega de carreira, na sexta (27). “Tão logo tomou conhecimento, o doutor Aras preocupou-se muito e procurou obter informações junto ao tribunal”, narra o secretário-geral do órgão, Eitel Santiago (foto).
Santiago classifica a fala de Janot como “desequilibrada”, mas questiona a busca e apreensão. “Ali havia apenas o relato de um fato do passado, sem a atualidade necessária para esta providência”, diz o secretário-geral do Ministério Público da União.
“Não vou fazer críticas à atuação de ministros, mas penso que, se eu fosse um deles, e um tema dessa natureza chegasse às minhas mãos, eu cuidaria de pedir uma apuração preliminar nos órgãos encarregados das investigações”, diz.
Santiago comanda a área administrativa e orçamentária do MPF. Ele está levantando atos de Raquel Dodge, a antecessora de Aras, que tenham impacto no atual gestão. Diz que revogará boa parte, exceto nomeações que sejam fruto de eleições internas. “Ele não veio para criar problema e nem demagogia.”
Criticado por ter concorrido a deputado pelo Progressistas da Paraíba, em 2018, Santiago se desligou da sigla semana passada.