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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O que Bolsonaro chama de ‘fake news’ são balões de ensaio de Paulo Guedes



FERNANDO BRITO · no Tijolaço


Jair Bolsonaro reclamou hoje também de O Globo e do Correio Braziliense, além de ter chamado de “esgoto” a Folha de S. Paulo, que apontou as suspeitas de envolvimento de seu governo com o “laranjal” do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio.

O jornal de Brasília por ter noticiado que o governo iria propor uma reforma administrativa acabando com a estabilidade do servidor, cortando salários e benefícios e aumentando a tributação sobre seus vencimento. Já O Globo, por ter estampado em sua manchete que a operação dos recursos do FGTS não mais seria feita exclusivamente pela Caixa Econômica.

Não é preciso ser nenhum bidu para saber de onde vieram ambas.

Na falta de combustível de planos econômicos, o Posto Ipiranga preenche o noticiário com “não-fatos”.

Em pleno ano eleitoral de 2020, alguém acha que se aprovaria uma lei dando fim à estabilidade de décadas dos servidores, ou que os deputados fossem votar a revogação de uma reserva legal do Fundo de Garantia estabelecida desde sua criação, em 1966 e renovada em 1990, com a definição da Caixa como agente operador exclusivo do fundo?

É evidente que foram factoides e factoides que, pelo visto, desagradaram o entorno de Bolsonaro e fizeram brotar até boatos de que Paulo Guedes deixaria o Ministério da Economia no início do ano.

Até a reforma tributária, pelo visto, foi para as calendas, com o anúncio, feito por Rodrigo Maia, de que “a pauta econômica está nas mãos do governo”. Para passar em 2020, só depenando a União para dar recursos a Estados e municípios.

Guedes deixou passar a janela de oportunidade de mudanças econômicas com a obsessão da reforma previdenciária, que vai provocar poucos efeitos de curto prazo – exceto, claro, para os trabalhadores que verão adiar-se a sua aposentadoria – ainda mais porque caiu a restrição do pagamento do abono salarial, a única medida que provocaria economia significativa de imediato.

Agora, dedica-se ao lançamento de notícias, de quaisquer notícia que possam levar otimismo ao mercado.

Ainda que sejam meras “fake news”.

PS. Ao finalizar o texto, vejo que Luiz Nassif publica um vídeo onde, numa análise mais detalhada, mostra o mesmo: Guedes não tem projeto algum para a economia.

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