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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Itamaraty encampa monstruosidade de Bolsonaro e ataca Bachelet

No momento mais baixo da história diplomática do Brasil, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota na qual acusa alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, de mentir.
Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

247 - Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, comandado por Ernesto Araújo, endossa os ataques de Jair Bolsonaro contra a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e acusa a ex-presidente do Chile de mentir.

"Causa surpresa a atenção desproporcional e injustificada dispensada ao Brasil no diálogo da alta comissária com a imprensa. No momento em que, por exemplo, a Venezuela vive crise humanitária em escala sem precedente, que afeta toda a região, o Alto Comissariado deveria concentrar seus esforços no encaminhamento de questões mais urgentes, evitando precipitações, falsidades e ilações indevidas ao comentar a política interna de um país democrático como o Brasil, onde os três poderes funcionam em absoluta independência e vigora o pleno Estado de Direito", diz o Itamaraty, sobre o posicionamento da comissária nesta quarta sobre a democracia e os direitos humanos no Brasil.

Bachelet afirmou durante coletiva em Genebra, que houve "uma redução do espaço democrático" no Brasil ao falar sobre os ataques de Bolsonaro a ONGs e suas tentativas de extinguir conselhos consultivos com a participação de representantes da sociedade, que classificou como "ataques contra defensores dos direitos humanos e restrições impostas ao trabalho da sociedade civil".

Para se contrapor, o ministério se refere a reduções nos índices nacionais de violência, sem mencionar o aumento do número de mortes provocadas pela polícia, e também à política ambiental do governo Bolsonaro, que, afirma, seria alvo de uma “visão equivocada e ideologicamente contaminada” da parte de Bachelet.

Em sua página do Twitter, Bolsonaro elogiou a tortura e morte do pai de Bachelet, que foi morto pelo regime sanguinário de Augusto Pinochet. Disse que o Chile "só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973" e disse que a ex-presidente está "seguindo a linha" do presidente da França, Emmanuel Macron, tentando se "intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira" ao falar de direitos humanos.

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