Páginas

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Oposição ameniza maldades da PEC da Previdência



Deputados da oposição ao governo Bolsonaro comemoram, nesta quinta-feira (13), as mudanças pontuais feitas no projeto original de Reforma da Previdência e que foram apresentadas na comissão especial da Câmara.

Para os parlamentares do grupo, que inclui PT, PCdoB e Psol, as mudanças traduzem um avanço na luta do campo popular. Eles ressaltam, porém, que seguem se posicionando pela rejeição integral da proposta enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso.

A matéria, que tramita como Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019, está em fase de debate numa comissão especial temática.

No parecer apresentado na tarde desta quinta pelo relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), foram excluídos, entre outros, os pontos que previam mudanças nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), da aposentadoria rural, da participação de estados e municípios no novo sistema e ainda o trecho que instaurava o modelo de capitalização.

Este último, que atende aos interesses do mercado financeiro, era considerado o pior ponto da PEC. Sua supressão foi a mais comemorada por deputados, principalmente pelo líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

“A retirada dessa proposta não se deveu ao movimento dos partidos do centro, que, lá atrás, já se opunham às mudanças no BPC e na aposentadoria rural, mas não à capitalização. A retirada desse ponto da proposta do governo, que sai derrotado desse relatório, é uma grande vitória da oposição e do povo brasileiro”, bradou o pessebista durante o debate.

Houve outras mudanças consideradas importantes. Com relação ao tempo mínimo de contribuição para trabalhadores urbanos, o texto original previa 20 anos tanto para homens como para mulheres. No relatório, esse período baixou para 15 anos no caso das mulheres. A idade mínima ficou como na redação que veio do governo: 62 para mulheres e 65 para homens.


Para trabalhadores rurais, o relator também reduziu o tempo mínimo de contribuição e de trabalho para as mulheres. A proposta de Bolsonaro previa 20 anos e 60 anos para homens e mulheres. No relatório, esses períodos caíram para 15 anos e 55 anos para as mulheres, permanecendo em 20 e 60 para homens.

“A mobilização da sociedade, a maneira como ela demonstrou que não iria embarcar no discurso da verdade única dos mercados e [a ideia de] que aquela reforma não servia pra nós – e continua não servindo, porque depois vamos falar dos problemas que ela ainda tem – nos levaram a uma vitória parcial”, avalia o deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder da oposição.

De modo geral, as mudanças se conectam também com a rejeição popular revelada em pesquisas de opinião. Em maio, por exemplo, uma pesquisa CUT/Vox Populi mostrou que 65% dos brasileiros rejeitam a PEC 6. Entre os entrevistados que se colocam como opositores do governo Bolsonaro, esse índice chegava, na data do levantamento, a 84%.

As informações são do Brasil de Fato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário