Escutas revelam ameaças da milícia contra moradores de Rio das Pedras
Diálogo mostra suspeito dizendo que mutilaria desafeto. Gravações fazem parte da investigação que deu origem à Operação Os Intocáveis, que prendeu cinco homens nesta terça-feira (22).
Por Henrique Coelho e Leslie Leitão, G1 Rio e TV Globo
Escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público e autorizadas pela Justiça na Operação Os Intocáveis, que prendeu cinco pessoas nesta terça-feira (22), revelam ameaças de milicianos contra quem contrariava seus interesses. Gravações também mostram a rotatividade forçada em imóveis controlados pela quadrilha.
O grupo é suspeito de comprar e vender imóveis construídos ilegalmente na Zona Oeste do Rio, além de crimes relacionados à ação da milícia nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, como agiotagem, extorsão de moradores e comerciantes, pagamento de propina e utilização de ligações clandestinas de água e energia.
Escuta do dia 15 de novembro mostra um dos presos, Manoel de Brito Batista, o Cabelo, reclamando dos cortes de cabos de energia de "gatos" em um de seus empreendimentos imobiliários.
"Se ele cortar os cabos meu lá, vai ser diferente porque eu vou cortar as duas pernas dele e os dois braços", diz Manoel.
Denúncias anônimas encaminhadas ao Ministério Público também denunciam que os milicianos agrediam quem não concordasse com seus métodos. A cobrança de taxas referentes à internet clandestina (R$ 50), internet (R$ 70), gás (R$90) e "gatos" de luz (R$ 100) também é frequentemente citada no Disque Denúncia.
Cobrança
Outra escuta flagrou Cabelo discutindo a falta de pagamento do aluguel de um apartamento na região. A ordem era não deixá-lo entrar caso a dívida não fosse paga até o dia 5 de novembro de 2018:
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